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Para ser mais produtivo (e ter uma vida mais simples), confie na sua intuição

Na tentativa de fazer o meu trabalho da melhor maneira possível, eu estou sempre me debatendo entre dois caminhos:

  1. Seguir rotinas fixas (trabalhar um em programa de manhã, escrever artigos à tarde), ou
  2. Priorizar o que é mais importante a cada dia, mesmo que isso signifique sair da rotina.

Eu tenho seguir o caminho 1, mas hoje foi um dia que segui o caminho 2. Para fechar um excelente mês, eu quis terminar de estudar um livro sobre visualização de dados, e largar todo o resto. Por quê? Porque eu achei que devia ser assim.

Aqui vai uma dica para os que estão iniciando a carreira: quando em dúvida, priorize a sua intuição.

Não lembro onde li, mas sei que foi David Allen quem escreveu – provavelmente na última edição de A Arte de Fazer Acontecer – que uma das melhores maneiras de priorizar uma lista longa de tarefas é se basear na intuição. Na ausência de outros indicadores como prazos ou pressões de chefes, o que você realmente acha que precisa fazer? Se você tem esse sentimento interno forte, provavelmente é porque essa ação em si é de fato importante.

Em O Caminho do Artista, Julia Cameron escreve:

Sempre ouvi fortes apelos internos. Ordens de comando, como costumo chamar.

Sidney Lumet em Making Movies, falando sobre como ele escolhe os projetos quando alguém vai falar com ele sobre alguma ideia ou roteiro, e como ele decide "imprimir" os filmes quando está satisfeito com uma tomada (numa época em que os filmes eram literalmente impressos e revelados):

A primeira decisão, é claro, foi fazer ou não o filme. Eu não sei como outros diretores decidem. Eu decido completamente instintivamente, muita vezes após apenas uma leitura. Isto resultou em filmes muito bons e filmes muito ruins. Mas é a maneira com que sempre fiz, e estou velho demais para mudar agora. […] Mas o que me leva a dizer "Imprimir" é completamente instintivo. Às vezes eu o digo porque eu sinto dentre de mim que foi uma tomada perfeita, que nós nunca vamos melhorar. Às vezes é porque está piorando a cada tomada. Às vezes não é escolha.

(Tradução livre minha, e ênfase minha).

Em How to Take Smart Notes, Sönke Ahrens relata que um experimento mostrou vídeos de paramédicos iniciantes e experientes atendendo a instrutores da profissão. Os instrutores não conseguiram classificar: acharam que os reais iniciantes eram experts e vice-versa. Eles mediram o grau de expertise pelo seguimento das regras que foram ensinadas, o que é mais presente em quem recém começou a trabalhar. Experts desenvolvem a sua intuição e quase não pensam mais no trabalho, mas isso significa quebrar as regras quando a situação exige.

Como estou no Ano de Simplificar, preciso levar em conta que às vezes as rotinas de trabalho, as regras, atrapalham. Em vez de ficar alternando entre todos os meus projetos, hoje eu simplifiquei o meu dia priorizando finalizar um projeto importante (sem deixar de atender quem veio me procurar para dúvidas). Para o próximo mês que se inicia amanhã, sinto-me muito mais preparado, justamente com o tanto que estudei neste mês para projetos importantes.

Para o mês de março de 2023, o que a sua intuição diz que você deve priorizar?

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2023: O Ano de Simplificar

O meu tema para 2023 é O Ano de Simplificar.

Desde que publiquei minha revisão de 2022, mais coisas aconteceram que tornaram aquele ano mais horrível que já era, incluindo brigas políticas com familiares. Política é obviamente um assunto emocional, mas eu não estava mesmo brigando por causa do Bolsonaro – e sim por causa da raiva acumulada dentro de mim contra tudo de ruim que aconteceu em 2022.

Com um novo filho, eu não posso ser uma pessoa com raiva, e a prioridade máxima na minha vida é reduzir os níveis de estresse. Para isso, preciso simplificar minha vida. Em 2022, eu me mudei de cidade e de emprego; tentei criar rotinas (e.g. tocar teclado e ir para a academia) que não vingaram; almejei ler mais livros que conseguia; e nossos gastos saíram do controle. Houve um excesso de coisas que precisa ser cortado.

Neste ano, vou curtir o novo emprego, moradia, configuração familiar, e reduzir a vida ao essencial. Preciso de todos os serviços de streaming? Preciso de tantas assinaturas de apps? Posso vender meu teclado e parar de me preocupar com isso? Posso parar de me preocupar com ir à academia e focar em correr na praça perto de casa? Posso chegar em casa e só montar um quebra-cabeça com meu filho mais velho? Ou, se ele estiver brincando sozinho, sentar e ler um livro, sem metas de números?

E este blog? Ele é essencial para mim? É essencial para minhas leitoras e meus leitores?

Vamos descobrir ao longo desse ano. Por isso, um pedido para começar o ano: se você gosta do que lê aqui, se vê valor, não deixe de comentar aqui embaixo e indicar este blog para alguém. Isso vai me ajudar a direcionar os trabalhos aqui neste ano.

Por um 2023 melhor, mais simples, para todos nós.

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Resenha: The Information Diet

Esse é mais um texto da série “Simplifique sua vida”, na qual eu narro minha jornada para eliminar o máximo possível de complicações, seguindo as ideias do Simple Living Manifesto de Leo Babauta.

Eu já falei aqui de simplificar nosso consumo de informação, mas reconhecidamente fui bastante superficial. Sete meses depois de publicar aquele texto, eu me sinto bombardeado de novo pela quantidade de coisas a ler, ver, escutar e processar. Gosto de ler blogs, escutar a podcasts, ler romances, ler livros de não-ficção. Como achar tempo para tudo isso, e mais importante, para fazer outras coisas além disso?

Foi no blog da Luana Oliveira que notei pela primeira vez o termo dieta da informação, e fiquei bastante interessado. À época, eu já estava sentindo dificuldades de acompanhar tudo, e claro, eu achava que tinha de estar por dentro de tudo. Comecei a simplificar um pouco, lendo menos blogs, abrindo menos o site do jornal, e já não me preocupava mais com esse problema de primeiro mundo.

Mas isso é um vício. Eu leio um artigo em um blog, ele cita outro autor e de repente eu quero ler todos os artigos desse outro blog — e é mais uma coisa a acompanhar. Ou eu quero seguir todo mundo no Twitter, porque vai que alguém diz alguma coisa interessante e eu perdi? E aquela pausa de 5 minutos para ver as notícias, que se transformam em meia hora para saber tudo de um assunto.

Eu não quero isso. Não quero checar o Twitter a cada vez que volto do banheiro. Quero poder sentar com calma e ler todos os meus blogueiros favoritos, pensando sobre o que eles escreveram. Quero voltar a ler romances, um prazer que sempre esteve presente na minha vida e que andava esquecido.

Depois de pensar e pesquisar sobre essa saturação de informação, descobri um livro apropriadamente chamado The Information Diet, de Clay A. Johnson (que, relendo o texto da Luana, vi que ela também mencionou) e, através do O’Reilly Reader Review Program, resolvi lê-lo e ver se aprendo alguma coisa. Um primeiro passo, para criar um plano e gerenciar melhor a informação que consumo

Um aviso: essa resenha se baseia na versão em inglês, mas existe uma tradução em português.

Obesidade de informação

A tese central do livro é uma analogia entre consumo de informação e consumo de comida. Pelo menos nas sociedades “desenvolvidas” (sejá lá o que isso signifique), a obesidade é um problema maior que a fome, principalmente porque existe comida farta de má qualidade: gordura e açúcar, alimentos que evolutivamente aprendemos a gostar, são muito baratos de fabricar e entopem grande parte da comida industrialzada.

Da mesma forma, consumimos informação recheada de publicidade, sensacionalismo e sem checagem básica de fatos, que se tornou barata de produzir e não tem valor algum.

O autor trabalhou durante muito tempo com política americana, e criou a empresa que organizou a bem-sucedida campanha de Barack Obama em 2008. Seu trabalho sempre envolveu os conceitos de transparência e transmissão de informação. E percebeu que, mesmo com todo esse esforço, muitas pessoas não tinham ideia do que falavam. Queriam que o governo “tirasse as mãos” de um programa que é governamental; elas não tinham pouca informação, pois conheciam o programa, mas estavam informadas da maneira errada. Sofriam de obesidade de informação.

A noção de que seu trabalho estava sendo inútil fez com o autor pesquisasse mais sobre o assunto. Por onde os dados sobre um programa criado e mantido pelo governo se desviavam até formar na cabeça de pessoas cultas a opinião de o governo não deveria se meter no tal programa, como se ele tivesse chegado depois e estragado tudo?

A experiência política do autor se faz presente em todo o texto, e isso é o grande problema do livro.

Um dos conceitos que o autor apresenta é de agnotologia (a melhor tradução que encontrei para agnotology, embora existam poucos resultados relevantes no Google), ou o “estudo da dúvida induzida culturamente”. O autor usa como exemplo os “estudos” patrocinados por empresas petrolíferas pondo em dúvida o aquecimento global. É um ótimo assunto, terreno de muito debate científico — mas logo em seguida, Johnson apresenta as porcentagens de Republicanos e Democratas que acreditam em cada lado. O que isso acrescenta ao texto?

Fala também dos filtros que as empresas como Google e Facebook incorporam nos seus serviços, alegando que isso só faz que com acompanhemos pessoas e páginas “com as mesmas crenças políticas”. Para mim, filtrar a News Feed por critérios políticos é o menor dos problemas do Facebook.

Estar mal informado sobre política é um grande problema, com certeza, e uma dieta de informação saudável envolve acompanhar o que acontece na sua cidade de maneira imparcial — mas não é o único problema. Como falei no início do texto, eu consumo informação de diversas fontes (e acho que não sou o único), e esperava que o livro fosse mais geral. Por exemplo, parece que “ver TV” se resume basicamente a “ver programas de notícias”. Twitter e email são apenas brevemente mencionados, como se nem fizessem parte do problema de consumo de informação.

O que eu gostei

No geral o livro me decepcionou por falar demais em política, mas não significa que não aprendi nada. The Information Diet tem três partes; a segunda, homônima ao livro, é a que apresenta um plano para um consumo de informação. Algumas ideias me chamaram a atenção:

  • Se você quer saber mais sobre algum assunto, aprenda a pesquisar. Aquilo que você vê no Jornal Nacional é apenas uma parte, uma visão. E só porque todo mundo compartilhou uma notícia no Facebook não significa que ela é verdadeira.
  • Precisamos exercitar a atenção, treinar nossa mente a focar no que importa. Escrever aquele trabalho vendo televisão não é fisicamente possível.
  • Precisamos ser mais ativos e menos reativos. Isso significa principalmente parar de usar notificações dos smartphones.
  • Vamos tentar evitar ao máximo as fontes que contém propagandas, pois elas poluem visualmente as páginas e geralmente contaminam o que o autor quer dizer (ninguém vai dar sua opinião sincera sobre uma marca que patrocina o seu trabalho)
  • O autor dá a sugestão (que eu já vinha experimentando) de criar uma “agenda” para consumo de informação, como um horário delimitado para ver TV, outro para ler email etc.

Eu vou reler essa segunda parte, e tentar adaptar essas ideias à minha realidade. E provavelmente, pesquisar mais sobre o assunto. Aguardem.

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Simplifique suas compras

Esse é mais um texto da série “Simplifique sua vida”, na qual eu narro minha jornada para eliminar o máximo possível de complicações, seguindo as ideias do Simple Living Manifesto de Leo Babauta.

Eu sei que parece ridículo um estudante que mora com os pais falar de compras e finanças, mas preste atenção.

Quer você ganhe uma bolsa de R$ 500 ou um salário de R$ 20 000, o seu dinheiro ainda assim é finito. Você pode fazer o possível para viver dentro dos R$ 500, e conseguir, ou pode gastar mais que os seus R$ 20 000 e viver cheio de dívidas. Dinheiro precisa ser administrado.

Baseado nas pessoas que conheço, um dos comportamentos humanos mais previsíveis é que as pessoas sempre querem ganhar mais. Quem está satisfeito com o que ganha? Assim, quando você vê algo que quer comprar, mas não pode, surgem problemas. Você se torna infeliz no trabalho, porque ele não está lhe permitindo comprar o que você deseja. Você se torna invejoso das pessoas que ganham mais e podem (na sua cabeça) comprar tudo o que querem. Essa angústia atrapalha a sua vida, e não lhe permite viver suas prioridades; por exemplo, se você quer passar mais tempo mais com sua família, talvez não possa trabalhar tanto, mas com isso não vai ter tanto dinheiro para comprar tudo que quer. O que é mais importante para você?

Por outro lado, se você tiver dinheiro sobrando e comprar tudo que quiser, você cria outros problemas. Você não consegue mais manter seus ambientes limpos, porque precisa de lugar para guardar suas coisas. Também precisa de tempo para cuidar da manutenção de tudo, o que tira tempo das coisas que importa.

Assim, quando queremos comprar e gastar demais, nossa vida fica complicada.

A solução de Leo Babauta para isso é escapar do materialismo:

This message to continually buy, buy, buy … and that it will somehow make us happier … is drilled into our heads from the days of Happy Meals and cartoons until the day we die. It’s inescapable.

Well, almost. You could go and live in a cabin in the woods (and that actually sounds nice), or you could still live in our modern society, but find ways to escape materialism.

Não se trata aqui se fazer pregações contra o capitalismo ou algo do tipo. Como Leo diz, a solução não é ir morar na floresta, mas saber frear o nosso desejo de consumo.

Evite propagandas

O primeiro passo para gastar menos é querer gastar menos, ou melhor ainda, não querer gastar mais.

A propaganda tem um objetivo: fazer você querer comprar. Não vamos ser ingênuos e dizer que a propaganda é “a raiz de todo o mal”, e os publicitários são criaturas malvadas que querem que você gaste todo seu dinheiro por sadismo. É apenas um trabalho: alguém fabrica um produto, quer que as pessoas conheçam esse produto, e contrata outro para fazer propaganda.

E propaganda nem sempre é ruim. Se você precisa comprar uma geladeira, e abre uma revista e vê uma propaganda de algum modelo novo de geladeira, pode ficar interessado e resolver seu problema. Ou você está procurando um presente para sua mãe e vê um anúncio de promoção da sua loja preferida de cosméticos.

O problema é você criar o desejo de comprar baseado na publicidade que vê. Um produto repentinamente vai resolver um problema que você nem sabia que tinha.

É pior ainda quando você tem fraqueza por algum tipo de item e fica constatemente em contato com propagandas. Se você tem compulsão por sapatos, não deve se arriscar olhar um catálogo de sapatos, porque você vai querer comprar todos, e não vai ter dinheiro, e vai se frustrar…

Eu me considero uma pessoa de gostos simples. Não tenho fetiche por roupas, não gosto de “baladas”, gosto do meu carro simples e econômico. Como já devo ter falado algumas vezes aqui, minha fraqueza são apps (e a tecnologia em geral). Se eu não tomar cuidado, todo dinheiro que sobra vai para comprar algum aplicativo novo que saiu, e que de repente vai me ajudar a ser megaprodutivo.

Quando você se interessa por esse mundo tech, é usual seguir minhas pessoas no Twitter e muitos blogs e podcasts que vivem falando justamente dos apps e gadgets novos que saíram e mudaram a vida de “toda a gente” (saudades de Portugal).

A minha solução então foi parar de seguir essas pessoas. Se alguma pessoa só usava o Twitter para dizer “look how cool is this app“, o que basicamente inclui todos os blogueiros do mundo Apple, ela saia da minha timeline. Se um blog ou podcast é só uma longa conversa sobre apps e mais apps, eu tiro ele da minha lista.

Eu continuo gostando do assunto, mas eu não me exponho a essa propaganda frequente. Eu continuo lendo alguns blogs e acompanho o mínimo de lançamento de apps, pesquisando com calma se algum me interessa. Não quero ninguém me obrigando a comprar nada, nem me dizendo que eu preciso de uma tela Retina.

Assim, se você acha que está gastanto demais com algum item, simplesmente se afaste. Não visite aquele site de viagens que vive fazendo propaganda de mochilas, nem leia aquele revista de moda com “dicas irresistíveis”. Sempre haverá alguém dizendo que você tem de comprar. Apenas diga não.

Mantenha uma lista de desejos

As compras por impulso são as grandes inimigas, como deve ter ficado claro. E existe uma solução que também funciona surpreendemente bem, tanto que aparece em praticamente todos os livros e blogs sobre finanças pessoais.

Basicamente, você deve manter uma lista de desejos, anotando tudo que você quer comprar.

Quando você vê algo que deseja (e claro, não é um item de necessidade primária como comida), pare e anote. Dê a si mesmo um tempo para pensar naquela compra (pelo menos um mês). Se ao final desse período você concluir que tem dinheiro para comprar, e acha que o produto vai ser bom, compre. Mas pode ser que você simplesmente desista, e perceba que foi só um pensamento passageiro. Você conseguiu vencer o impulso.

Vou dizer como eu faço. Eu uso o Evernote (recomendo visitar o site do Vladimir Campos, Embaixador de Viagens do Evernote), e mantenho um caderno com tudo que quero comprar. O principal para mim, claro, são apps. Mas também marco os livros que quero comprar, até alguma roupa, algum restaurante que quero ir. Uma vez por mês, quando dou uma organizada geral nas minhas finanças, eu olho esse lista e vejo o que está há mais de um mês lá. E compro o que quero — sem impulso.

Também recomendo definir categorias para seus gastos, de onde você tire fundos para os itens da sua lista de desejos. Se algo não cabe no seu orçamento mensal, guarde um pouco por mês. Mas não crie dívidas desnecessariamente. Já falei que gosto do YNAB para gerenciar minhas finanças.

Eu sou nerd e gosto de usar essas coisas tech ( que já admiti que são uma tentação para mim) , mas você pode começar com um caderno de papel e anotar tudo que quer comprar, e criar uma planilha bem simples para seus gastos (o Gustavo Cerbasi tem um modelo que eu gostava bastante antes de usar o YNAB — procure nessa página por “Orçamento Familiar Mensal”).

Invente programas que não envolvam dinheiro

Por fim, uma pequena dica que pode ter um impacto grande. Tente se divertir sem gastar muito. Và à praia, dê uma caminhada, faça um piquenique. Veja a programação da cidade. Muitas vezes existem eventos culturais de graça, ou uma promoção de cinema. Ou simplesmente fique em casa, veja um filme, pratique suas habilidades de cozinha.

É claro que é bom sair, ir jantar num restaurante, especialmente se você está num relacionamento. Mas valorize esses momentos, escolhendo lugares bons, e aproveitando os outros momentos. Você quer a companhia da sua namorada ou apenas impressioná-la com seu dinheiro?

Conclusões

Aí está, o que fiz para escapar um pouco do materialismo. Funciona para mim, “apenas um estudante que mora com os pais”, mas como falei, não vejo como isso não é universal. Você só não pode deixar que comprar e gastar se torne uma atividade importante demais na sua vida. Simplificar é poupar nosso tempo e nossa atenção para o que realmente importa.

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Simplifique sua vida digital

Esse é mais um texto da série “Simplifique sua vida”, na qual eu
narro minha jornada para eliminar o máximo possível de complicações,
seguindo as ideias do Simple Living Manifesto de Leo Babauta.

Na nossa caminhada para simplificar nossa vida, chegamos a uma etapa que é
crítica para mim e para todos que tendem a se viciar em tecnologia.
Temos que simplificar nossa vida digital.

No manifesto, Leo se concentra em dois
tópicos da área de tecnologia: usar a nuvem, para evitar os problemas de
sincronizar múltiplos dispositivos e poupar espaço no computador (ele se
refere principalmente ao Google Docs), e simplificar o número de coisas
que você guarda ou acessa no computador – menos fotos, menos emails,
menos arquivos.

Aqui vou tomar um ponto de vista mais direcionado: quero simplificar o
meu uso de computadores e outros gadgets.

É normal usar um computador (claro, se a tarefa pede isso), mas há
alguns problemas. É normal querer um smartphone por achar que ele vai
acrescentar, mas não é normal se desesperar se o seu smartphone estraga.
É normal gastar dinheiro em algum app que você vai usar, é um problema
gastar dinheiro demais comprando aplicativos só porque todo mundo usa. É
normal você bater uma foto do encontro com os amigos e compartilhar no
Instagram, mas registrar cada garfada (e a cor do seu esmalte) é
ridículo.

Sempre que você gasta tempo demais com tecnologia em detrimento das suas
prioridades, é preciso simplificar.

Para mim, simplificar a vida digital tem três etapas.

Simplifique os seus dispositivos

Algumas pessoas têm um notebook, um computador de mesa, um smatphone, um
tablet, um e-reader, um tocador de mp3 e sabe-se lá o que mais.

Em primeiro lugar, veja se você não pode reduzir esse número. O
propósito de se ter um dispositivo poderosos (como o iPhone) é ele poder
executar várias funções ao menos tempo. Ter menos dispositivos significa
menos gastos com manutenção, menos chance de roubo e ter de carregar
menos coisas.

Existe um limite, porém. Dependendo das suas necessidades, ter um
dispositivo dedicado pode ser um grande ganho de experiência. Por
exemplo, um tablet pode servir para ler livros digitais, mas um e-reader
especializado (como o Kindle ou o Kobo) é mais leve, tem bateria muito
mais durável, não induz à distração e tem tela menos cansativa aos
olhos. Repito: depende da sua frequência de uso. Se você praticamente só
usa o tablet para ler livros (no app do Kindle ou no iBooks, por
exemplo), pense em vender e comprar um leitor digital — muito
provavelmente você vai ganhar dinheiro.

Outro ponto é algo sobre o qual já falei: use o dispositivo certo
para a coisa certa. Não tente ter todos os aplicativos no seu
computador, no tablet e no seu smartphone. Isso é caro e inútil. Observe
o seu uso e instale aquilo que é pertinente.

E não se esqueça: talvez você não precise de um smartphone, muito menos
de uma tela Retina
.

Simplifique os seus programas

Isso é uma extensão da seção anterior. Você não precisa ter os melhores
e mais caros aplicativos, e nem os que todo mundo usa.

Um exemplo prático e pessoal: Evernote. É um bom serviço com bons
aplicativos, mas simplesmente não se adapta a mim. Para os leigos,
Evernote é serviço de armazenamento de notas, e suporta texto, PDFs,
fotos, websites. É um gerenciador de informações universal, mas a minha
filosofia é usar apps que fazem a sua tarefa bem feita. Guardo minhas
notas de texto, meus PDFS e minhas fotos em pastas sincronizadas pelo
Dropbox. Já falei do 1Password, que gerencia minhas informações
mais sensíveis. Os sites e tudo que acho de interessante na Web estão no
Pinboard.

Eu poderia usar o Evernote porque muitos usam (e quem acompanha blogs
tech sabe o quanto ele é popular na blogosfera e no Twitter). Mas não é
bom para mim.

Outra coisa que faço é desinstalar programas sem remorso. Se eu
realmente precisar deles, posso instalar de novo, mas até lá eles não
ficam ocupando memória e espaço na tela.

Uma dica de ouro que roubei do Brett Terspstra e do Michael
Schechter
foi criar um arquivo de texto contendo todo as funções que
realizo no computador, seguido do programa que uso, e sugiro fortemente
que o leitor faça isso. Sente e defina o que você faz em um computador:
organiza suas fotos, vê filmes, escreve, processa emails ou qualquqer
tarefa especializada. Para cada item, faça uma pesquisa breve sobre as
opções de apps e serviços, decida por uma e aprenda a usá-la — e não
fique mudando. Revisite essa nota mensalmente, para ter um documento
atualizado de auto-avaliação.

Simplifique seus arquivos

É fácil inundar nosso computador com arquivos em uma estrutura bagunçada
e depois perder tempo demais tentando encontrar informação.

Novamente, não existe receita para isso, e você deve ver a estrutura que
mais se adapta a você. Minha sugestão: comece com pastas abrangentes:
documentos, fotos, músicas, videos. A partir daí, vá especializando,
conforme seu uso. Eu, dentro da pasta de documentos, tenho uma pasta
para rascunhos de textos para FabioFortkamp.com, um pasta para a
faculdade, uma para meu mestrado… dentro desta, por exemplo, tenho uma
para os desenhos, outra para a dissertação, uma para manuais dos
equipamentos. Vá adaptando aos poucos.

O importante, enfatizo, é não perder tempo procurando. Se a sua
estrutura não se adapta ao seu pensamento, mude.

Como mencionei, a dica do Leo é para usar ferramentar online, como o
Google Docs, porque isso o permite trabalhar de qualquer lugar e não se
preocupar com organização de arquivos. Como abomino ter de depender do
Google, acho que com uma estrutura bem feita e com serviços como o
Dropbox você pode alcançar esses objetivos.

Em resumo

Computadores são ferramentas poderosas, mas não podem roubar atenção das
outras coisas. E, se você usar o computador como uma ferramenta de
trabalho, não deve perder tempo com coisas inúteis, para poder se
concentrar em fazer algo.

Simplificar a minha vida digital é uma tarefa contínua. As dicas que dei
aqui são as que me permitem fazer um uso mais racional da tecnologia,
usando os programas certos, organizando a informação para quando eu
preciso, evitar preocupações decorrentes disso. Espero que elas possam
ajudar o leitor também.

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Simplifique sua vida: armários e gavetas

Esse é mais um texto da série “Simplifique sua vida”, na qual eu
narro minha jornada para eliminar o máximo possível de complicações,
seguindo as ideias do Simple Living Manifesto de Leo Babauta.

No último passo, falamos de simplificar nossos ambientes, limpando
principalmente nossas mesas, tirando distrações da nossa frente e
criando um ambiente mais limpo e propício ao trabalho.

Muitas das coisas que estavam ali foram parar nos seus armários e
gavetas, se você seguiu a minha sugestão de primariamente limpar as
superfícies visíveis. Estão num lugar acessível ainda, mas não
precisam ser acessados com frequência. Os seus armários então ficaram
mais cheios, principalmente se você já tinha bastante coisa guardada
neles. O próximo passo natural então é simplificá-los.

Na realidade estamos fazendo uma limpeza em dois passos. Primeiramente,
você fez o mais urgente, que é simplesmente tirar a tralha da sua vista;
isso deve ter facilitado o seu trabalho enormemente. Depois, com calma,
você precisa vasculhar o que sobrou e fazer uma seleção nesses itens,
precisa decidir o que fica guardado e onde. E para mim a regra mágica
que funciona é simples: se você acha que vai precisar, e não tem peso
legal, você não vai precisar
. Aquela camiseta de cor esquisita que
você acha que um dia, quando você comprar uma calça nova, vai cair bem?
Não vai. Aquela caixa com CDs de jogos de computador que você não joga
há dez anos mas continua guardando para o caso de uma vontade súbita de
matar a saudade? Você nunca vai jogar novamente. Aquele chaveiro feio
que você ganhou e tem pena de jogar fora para não magoar alguém? Essa
pessoa não precisa saber.

Documentos importantes, contratos, notas fiscais de itens caros, claro,
devem ser guardados.

Por que fazer isso? Simples: quando você precisar de algo realmente
importante, vai demorar mais tempo para encontrar. Encontrar aquele
sapato preferido no meio de um monte de tênis velhos demora. Encontrar
aquele livro que você relê quase todo ano no meio de muitos outros
que você sabe que nunca vai reler toma tempo. E, quando você gasta tempo
demais fazendo algo que não é sua prioridade, você está complicando
a sua vida, e nosso objetivo aqui é fazer o contrário.

Um outro aspecto importante é o que você pode fazer com todos esses
pertences. Pessoalmente, eu nunca jogo fora minhas roupas — eu dôo tudo.
Um casaco que está pequeno demais para mim pode aquecer alguém. Uma
camiseta de uma cor que eu não gosto pode fazer a alegria de outra
pessoa. E, infelizmente, roupas que eu não uso por estarem velhas podem
simplesmente ser a única opção de muita gente.

Uma etapa adicional de organização (e simplificação) é ter espaços bem
definidos para cada tipo de coisa (novamente, para minimizar o tempo de
procura). Quando você quiser aquele mouse antigo, deve saber qual a
gaveta onde está. Se quiser um livro da época de faculdade para
emprestar a alguém, deve saber em qual estante ele fica.

Esse é um passo que demorou um certo tempo para eu completar, mas devo
dizer que vale a pena. Na verdade, a nossa organização nunca vai ser
perfeita, por isso faça como eu e não se estresse: vá fazendo aos
poucos, quando não tiver nada mais importante para fazer.

Uma última dica: o Vida Organizada publicou um texto excelente com
regras básicas de organização, para você se inspirar e criar o próprio
sistema. Recomendo.

Em ação:

  • Percorra todas as suas coisas e dê um outro destino a tudo que não
    for absolutamente necessário
  • Faça uma lista das suas coisas que sobraram e dê destino certo:
    armários para roupas, uma gaveta para acessórios de informática,
    outra para documentos; um pedaço da estante para livros técnicos,
    outro para romances
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Simplifique sua vida: ambientes

Esse é mais um texto da série “Simplifique sua vida”, na qual eu
narro minha jornada para eliminar o máximo possível de complicações,
seguindo as ideias do Simple Living Manifesto de Leo Babauta.

Limpar os ambientes tem dois efeitos, na minha experiência:

  1. Você questiona a necessidade de ter tanta coisa e se concentra em
    manter o essencial
  2. Você não se sente distraído com tanta poluição visual

Minha mesa aqui no laboratório onde faço mestrado era extremamente
bagunçada. Eu tinha pilhas de livros e papéis quase literalmente na
frente de mim. Hoje na minha mesa há:

  1. Um computador
  2. Uma pilha de papel para rascunho em cima de alguns poucos livros
    aleatórios
  3. Um porta-canetas
  4. Um violão em miniatura que ganhei da minha namorada

E devo dizer, a sensação de sentar numa mesa tão limpa é muito boa. Eu
posso trabalhar nas minhas simulações, ou escrever trechos da minha
dissertação, sem achar que tem um livro caindo em cima de mim.

Para simplificar nossa vida, é fundamental limpar nossos ambientes. Se
você se sente perdido no meio de tanta bagunça, e têm dificuldades para
encontrar espaço, é por que tem coisas demais. Você ter a coleção
inteira de livros de algum autor é muito bom, mas questione os custos
disso. Ter enfeites é bom, e melhora a qualidade do ambiente, mas
selecione alguns.

No meu quarto, há uma estante onde eu guardava (acredite) caixas de
cabos, teclados antigos, mouses etc. Chegava a ser cansativo acordar e
dar de cara com uma coleção de periféricos jogados numa prateleira. O que eu
fiz? Transferi essas coisas para um armário, que foi feito justamente
para guardar coisas aleatórias, e coloquei alguns livros naquele
ambiente (o que ajudou também a organizar um pouco minha prateleira
principal de livros).

A regra básica que funciona para mim é essa: superfícies abertas e
visíveis não foram feitas para armazenar seus pertences, a não ser que
eles tenham algum efeito decorativo
.

No seu excelente livro Workflow, Kourosh Dini fala em três
aspectos que um objeto deve ter:

  1. Estar disponível (i.e. existir)
  2. Estar acessível quando necessário
  3. Estar invisível quando desnecessário

Um livro em uma prateleira, em vez de em cima de uma mesa, pode estar
perfeitamente acessível, e ausente da nossa visão quando não precisamos
dele. Outro exemplo: as suas chaves num claviculário atrás da porta; não
está jogada em cima da mesa e está à disposição para quando vai precisar
dela, ao sair de casa. Esse é o ideal: alcançar estes três pilares de
organização. Tente aplicar esse conceito a todos os seus pertences.

Lembre-se: ter menos coisas materiais é muito bom. Ninguém vive na mesma
moradia por muito tempo, hoje em dia, então pense na hora de mudança.
Ter menos coisas também permite a você escolher morar num lugar
pequeno e com poucos armários.

Em ação

  1. Limpe suas mesas, prateleiras, estantes, enfim, todas as suas
    superfícies visíveis
  2. Se você tiver certeza de que precisa manter dos objetos que forem
    retirados, transfira-os para armários fechados, mas de forma
    organizada. Ponha papeis em caixas etiquetadas, dedique porções dos
    armários para coisas específicas, tenha uma gaveta para todos seus
    cabos/acessórios.

Eu não sou nenhum especialista em organização, estou justamente narando
a minha jornada para simplificar minha vida. Para dicas mais específicas
(e muito melhores), visite o blog Vida Organizada.

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Simplifique sua vida: consumo de informação

Esse é mais um texto da série “Simplifique sua vida”, na qual eu
narro minha jornada para eliminar o máximo possível de complicações,
seguindo as ideias do Simple Living Manifesto de Leo Babauta.

Assim como passar a manhã toda respondendo emails não é nada
produtivo, passar a noite toda na frente da TV provavelmente não é (a
não ser que você seja um fã verdadeiro).

O excesso de informação que chega até nós foi um dos principais
motivadores para essa minha jornada para simplificar. Abrimos um jornal
(ou sua página na web), e vemos centenas de notícias, notas, colunas.
Entramos no Twitter e a nossa linha do tempo está recheada de links e
comentários sobre o iPhone dourado. Abrimos nosso Facebook e alguém
ainda acha que os memes são legais. Acompanhamos alguns blogs e nosso
leitor de RSS tem 200 itens não lidos.

Não pode ser assim. Simplificar a nossa vida envolve consumir menos
informação.

O perigo de querer manter-se informado

Leo Babauta toca nesse ponto sensível e eu realmente me questionei. Eu
era daqueles que achava absurdo uma pessoa não ler jornal; como assim,
você não sabe o nome da Chanceler da Alemanha? Eu achava que saber
exatamente o que está acontecendo é a única maneira de evitar que outras
pessoas nos enganem.

Vamos combinar: o que muda na minha vida se eu não soubesse que a Angela
Merkel é a chefe de governo da Alemanha?

Nichts, como diriam os alemães.

Nós não precisamos saber de tudo. Você não precisa saber os detalhes
do último escândalo. Não precisa monitorar as contratações do seu time.
Não precisa saber todos os recursos do novo iOS ou do novo Android. Se
você quiser realmente saber de tudo, vai precisar gastar uma quantidade
absurda de tempo. É melhor então se conformar e adimitir que não é
possível ficar sempre atualizado. Eu tenho achado muito mais eficiente
dedicar um tempo para pesquisar mais sobre algum assunto, se eu quiser
saber mais.

E entro em sites de notícias uma ou duas vezes por dia, checho o Twitter
uma vez a cada três ou quatro horas, e mantenho uma lista de apenas doze
blogs que eu realmente quero acompanhar. O resto é supérfluo.

Em ação

Pense nas maneiras pelas quais informação chega até você, e reduza esse
número ao máximo. Sugestões:

  • Dedique um tempo específico para ler notícias. Leia um pouco de
    manhã e um pouco à noite, mas não tenhe ficar acompanhando os
    acontecimentos durante o dia.
  • Limpe a sua linha do tempo no Facebook e no Twitter. Siga menos
    pessoas.
  • Se você acompanha blogs por RSS, evite excessos.

E vá fazer outras coisas.

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Simplifique sua vida: comunicação

Esse é mais um texto da série “Simplifique sua vida”, na qual eu
narro minha jornada para eliminar o máximo possível de complicações,
seguindo as ideias do Simple Living Manifesto de Leo Babauta.

O primeiro item prático do manifesto (e note
que não estamos seguindo aqui item por item, estou apenas explorando
alguns) é simplificar a nossa forma de comunicação.

Você, quando definiu a sua lista de prioridades, provavelmente incluiu
as pessoas da sua vida, seu trabalho e seu hobby. Muito provavelmente
lidar com email não está nessa lista, e portanto é supérfluo.

Comunicar-se é necessário, e é importante ter um sistema funcional que
permita a você conversar com as pessoas. O que não é necessário é ter 3
contas de email para conferir e ter 10 conversas abertas no
Skype/Facebook/Gmail/MSN (a não ser, naturalmente, que seu trabalho
exija isso). O tempo que você gasta acompanhando todos os seus canais de
comunicação é tempo que você não dedica a coisas importantes.

Você deve também evitar as complicações de ter de pensar qual meio
utilizar. Se quero falar com alguém, devo mandar um email, ou ligar, ou
mandar um SMS, ou mandar uma mensagem no Facebook? Um exemplo prático:
por mais que eu goste do WhatsApp, estou encontrando cada vez menos
utilidade para ele. O grupo de pessoas em volta de mim não tem WhatsApp
em sua totalidade, o que o torna inútil para conversas de grupo.
Recentemente, quis organizar um churrasco com meus amigos, e comentei no
WhatsApp. A maioria topou. Quando fui mandar um email, um número maior
de pessoas, que não têm WhatsApp, respondeu que naquele dia específico
não poderia. Quanta dor de cabeça! O app é ótimo para conversas
individuais simples, mas ele não é essencial para mim. Estou mantendo
mas usando cada vez menos.

Cada tipo de conversa deve ter seu canal. Eu telefono o mínimo possível
(mais para marcar compromissos ou para coisas urgentes), uso o email
para mensagens longas e/ou importantes, SMS e Whatsapp para mensagens
curtas individuais, e só. Por enquanto, tem dado certo.

Em ação

Faça uma lista das formas com que você se comunica e avalie se aquela é
a melhor forma; você não pode correr o risco de ficar sem saber de algo
importante porque ficou uma semana sem entrar no Facebook. Escolha
alguns meios e utilize-os de forma eficiente. E não deixe o email aberto
o dia todo.

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Simplifique sua vida: monitore seu tempo

Esse é mais um texto da série “Simplifique sua vida”, na qual eu
narro minha jornada para eliminar o máximo possível de complicações,
seguindo as ideias do Simple Living Manifesto de Leo Babauta.

Uma vez que você já definiu suas prioridades e seus
compromissos, é hora de comparar a sua realidade aos seus objetivos.

Nosso cotidiano é uma infinidade de tempo perdido: trânsito, filas,
consultórios. Além disso, perdemos muito tempo fazendo coisas de que não
gostamos de forma ineficiente. Se você (como eu) odeia falar ao
telefone, vai naturalmente procrastinar na hora de fazer uma ligação:
vai misteriosamente demorar na hora de encontrar o número, vai
desistir no segundo toque alegando que ninguém atendeu…

Todos queremos gastar o mínimo de tempo possível fazendo coisas chatas e
o máximo fazendo aquilo que nos agrada. Para sobrar tempo para o que nos
interessa, é preciso então cortar o tempo que gastamos fazendo o que não
nos interessa. Mas por onde começar?

Nós na engenharia temos o hábito muito chato de querer medir, ou pelo
menos estimar, as coisas. É esse hábito que nos permite fazer nosso
trabalho. Como alguém pode projetar uma ponte sem saber qual o peso que
ela deve suportar? Como alguém pode criar algum meio de aumentar a
eficiência de um sistema sem saber a eficiência atual? Como alguém pode
projetar um sistema de refrigeração sem saber em qual temperatura o
sistema vai trabalhar? É preciso ter valores para algumas grandezas e
tomar decisões com base neles.

Portanto, se você quer eliminar o supérfluo, as atividades que estão
complicando sua vida, é preciso primeiro avaliar como você gasta seu
tempo e identificar os pontos problemáticos. Você talvez ache que gasta
tempo demais no trânsito, e então usa um caminho alternativo. Mesmo
assim você continua chegando atrasado. Então você mantém um registro dos
seus dias e descobre que demora duas horas para sair de casa de manhã. O
gargalo não é o deslocamento, mas o tempo que você demora no banho.

Em ação

Por um a três dias, mantenha uma folha de papel por perto (ou algum
aplicativo) e relate suas atividades: acordar, tomar café, tomar banho,
sair de casa, chegar no trabalho, responder emails, fazer o seu
trabalho, chegar em casa, fazer faxina, lavar a louça, assistir TV,
dormir.

Identifique as atividades nas quais você demora mais e veja se essa
situação está de acordo com os seus objetivos.

Preparação

Essas primeiras três etapas (identificar prioridades,
assumir compromissos e monitorar seu tempo) são as
etapas de preparação para nossa jornada rumo à simplificação. Agora você
já conhece as suas prioridades e como sua vida está em relação a elas.
Já sabe o que quer manter e o que quer simplificar. É hora de partir
para a ação.