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Uma ferramenta para lidar com sobrecarga no trabalho: planejamento semanal

Está na hora de parar e revisar como está indo este mês e o que tenho de corrigir, além de já pensar no próximo.

Basicamente: este mês está uma loucura, o que está tudo bem desde que seja temporária. Não posso continuar com esse ritmo de, além de ministrar todas as minhas aulas regularmente, corrigir 10 trabalhos de 10-15 páginas por dia E preparar mais aulas E desenvolver listas de exercícios E ainda estar presente para minha família. No próximo semestre, TENHO de evitar sincronia entre datas de entregas de trabalhos das diferentes disciplinas (o que é óbvio, mas não era até eu começar a digitar isso).

Ao começar a planejar mês que vem, percebi que haverá também um nível de loucura pela quantidade de vídeos a gravar, para cumprir a carga horária integral num semestre com muitos feriados. Assim, estou focando desde já em consolidar um hábito que, quando abandonado por preguiça, faz falta: o planejamento semanal.

Eu me refiro ao planejamento estilo Cal Newport, de simplesmente escrever a sua semana em um arquivo de texto como quer que ela seja.

Aqui está o meu planejamento:

## Segunda

FERIADO

## Terça

Antes da aula, tenho de revisar e preparar a aula, organizar o Moodle.

De tarde, uma sessão de 2 horas pare resolver tudo sobre trabalhos: tenho que cadastrar as avaliações no SIGA, terminar de corrigir os trabalhos TCM1, colocar todas as notas (TCM1001, ST1GEE1, REF0001), organizar as pesquisas. - isso até 15:00

Após, TENHO de ir correr, e brincar com João. Isso deve dar 17:00.

Antes da aula da noite, uma sessão de 45 minutos para desenvolver a lista de exercícios MTE0001 e o trabalho individual.

## Quarta

Antes da aula, rever aula.

Durante atendimento, subir notas MTE0001 e preparar as aulas assíncronas, plenejar semana e menu, organizar fotos.

Após, uma sessão de 90 minutos para Rever aulas TCM1001 - deixar tudo pronto para gravar.

Brincar com João. No máximo 17:00, assistir aula Machine Learning.

## Quinta

De manhã, gravar aulas TCM1001.

De tarde, após aula, corrida, brincadeiras, então desenvolver TD REF0001 (uma sessão de 90 minutos).

## Sexta

Passar a manhã editando aulas e publicando.

Após almoço, revisar e publicar trabalhos, e revisão semanal.

Final de tarde, uma bela corrida, seguido de uma sessão para desenvolver Lista 3 TCM1001. **Finalizar o que der**.

A chave está em perceber a finitude do tempo e que há alguns poucos blocos onde encaixar as tarefas. Esse planejamento é revisado a cada manhã e, como todo bom planejamento, pode e deve mudar quando algo inesperado acontece.

Ao fazer isso, espero criar tempo para itens de fora do trabalho, como minhas corridas, que andam bem negligenciadas.

Como vocês lidam com sobrecarga?

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Resenhas de livros

Flores para Algernon

Como muitas de minhas leituras, começou como um livro disponível para alugar gratuitamente via Prime Reading, atraindo-me pelo título curioso. A premissa era interessante, uma pesquisa na Wikipedia revela que o livro era renomado e tocava no importante tema de saúde mental, e os parágrafos iniciais me mostravam um jeito de usar as palavras de uma maneira que nunca achei ser possível. Este feriadão de Proclamação da República de 2021 me deu a oportunidade de terminar, e proclamar: Flores para Algernon, de Daniel Keyes, é um dos livros mais brilhantes que já li.

Algernon é um nome de um rato de laboratório que passa por uma cirurgia para ficar mais inteligente, e o seu sucesso leva os cientistas a testarem em um ser humano com deficiência mental, Charlie Gordon, de 30 e poucos anos. A cirurgia dá muito certo, e depois dá muito errado.

O parágrafo acima pode parecer um spoiler, mas é meramente dizer o óbvio: alguma coisa em ficção científica tem de sair do controle. Mas mesmo que eu contasse tudo que acontece a leitura vale a pena: a melhor parte do livro não é a história em si, que chega a ficar chata em vários pontos, mas como ela é contada: através de “relatórios de progreso” (sic) que viram “Relatórios de Progresso” à medida que Charlie aprender a escrever. A linguagem infantil e amorosa dá lugar a uma escrita eloquente, científica e sem sentimentos.

O ponto central do livro é que Charlie não se transforma propriamente; no fundo, o Charlie doce e infantil convive com o Charlie inteligente e arrogante. Esse é o mesmo sentimento que eu tive quando enfrentei a depressão: o Fábio deprimido, com pensamentos perturbadores, não era o Fábio verdadeiro, mas uma aberração que tomou conta do seu cérebro, e depois foi embora.

É por isso que eu recomendo fortemente a leitura: para mim, esse é um livro sobre empatia; quando Charlie, ainda escrevendo errado, reclama a um dos pesquisadores que não sente que está melhorando, ele ouve a resposta e transcreve no seu relatório:

Ele disse Charlie você tem de ter confiansa em nós e em você mesmo.

Essa passagem me chamou a atenção pela ordem: você, um pobre coitado, tem de confiar primeiro em nós, e só depois no seu próprio poder.

Flores para Algernon é sobre amar as pessoas quando tudo está bem e quando tudo está um desastre, sobre aceitar os mentalmente doentes como pessoas acima de tudo.

Vamos conversar mais sobre saúde mental?

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Minhas newsletters preferidas

Hoje é sexta-feira, e uma das minhas coisas preferidas nesse dia é conferir a newsletter semanal do Austin Kleon. Newsletter são uma maneira de deixar a caixa de entrada mais divertida, então se você se interessa por escrita, criatividade, música, e cultura em geral, recomendo fortemente assinar.

Kleon recentemente migrou para o serviço Substack, com o qual eu mesmo tenho sonhado em criar uma newsletter dedicada à Engenharia (o que acham?). Esse serviço também duas colunas que eu adoro: Ted Gioia, que me ensina muito sobre a história da música e me faz conhecer muitos artistas interessantes, e Rob Walker, que ensina sobre prestar atenção – uma habilidade que faz falta, quando você perde. Esse semestre letivo pode ser resumido nisso, atenção – no quanto estou sendo mais intencional e reflexivo na hora de preparar aulas e trabalhos, e no quanto registro tudo no meu caderno.

E outra newsletter altamente recomendada é da Kourosh Dini – também sobre criatividade, produtividade, mas com toques de saúde mental (Dini é psiquiatra).

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Aplicando Aprendizado de Máquina para calcular a pressão de saturação do propano

Eu venho explorando o tópico de aprendizado de máquina aqui, e hoje gostaria de relatar um experimento, para ilustrar o que pode ser feito.

O propano é um hidrocarboneto que é usado, entre várias aplicações, como fluido refrigerante (“gás de geladeira”). Nos cálculos desse tipo de sistema, uma tarefa básica é, sabendo a temperatura, calcular a pressão que o fluido está quando saturado (isto é, quando o líquido está em equilíbrio com o vapor, que é o que acontece na maior parte da tubulação de uma geladeira).

Pois bem, eu peguei dados de temperatura e pressão de [1]:

Imagine que queremos achar a pressão para vários pontos de temperatura. Ler essas informações nesse gráfico é chato e nada preciso, assim como seria procurar em uma tabela como a que eu usei para construir esse gráfico (principalmente para números que não aparecem diretamente, como uma temperatura de 0,2 ˚C). Outra alternativa é usar programas que resolvem equações de estado, mas isto costuma demorar bastante.

Com Aprendizado de Máquina, tentamos montar expressões matematicamente simples que simbolizam a relação entre as variáveis de interesse.

Em engenharia, sempre que possível, é bom tentar achar uma relação linear entre as grandezas que estamos estudando. Isso não parece ser verdade, nesse caso; mas podemos fazer duas transformações:

  1. Vamos tomar o inverso da temperatura, e expresso em K
  2. Vamos tomar o logaritmo da pressão normalizada em relação a uma pressão de referência de 1 bar

Ótimo! Parece que existe uma relação linear!

Agora vamos fazer um seguinte: vamos pegar uma parte desses pontos, e usar para treinar um modelo linear:

Os pontos em vermelho são as observações individuais retiradas da tabela; a linha em azul é uma reta que melhor representa todos os pontos

Os nossos dados parecem se ajustar bem à equação

ln (P[bar]) = -2345,6436/T[K] + 10,1146

Como falei, essa equação foi construída com um conjunto de dados (o conjunto de treinamento). Será que essa equação consegue prever os dados que não foram usados para gerar o modelo (o conjunto de teste)?

E assim, temos um modelo algébrico, definido em termos de funções simples, que consegue prever a nossa relação pressão e temperatura. Calcular a pressão com a equação acima é muito mais rápido que ler em tabelas ou usar equações de estado.

A imagem deste post não é apenas uma brincadeirinha; com aprendizado de máquina, eu consigo aprender muito sobre termodinâmica, propriedades, diferenças entre fluidos.

Deixem nos comentários se quiserem um post de follow-up, mostrando mais do código e da teoria por trás disso!

[1] Moran, Michael J; Shapiro, Howard N. Fundamentals of Engineering Thermodynamics (5 ed.). Chichester: Wiley, 2006.

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Playlists nerds do Deezer para trabalhar

O post de ontem sobre vídeos de piano para trabalhar recebeu alguns comentários interessantes, e isso me fez perceber que, apesar de ter postado alguns textos sobre minhas playlists para trabalhar, nenhum é sobre o sistema que uso atualmente, Deezer.

(A propósito, nesse ponto de minha vida, não me importo nem um pouco com recursos e catálogos dessa ou daquela plataforma de streaming; o Deezer está incluído no meu plano de celular e isto basta).

Para deixar esse post mais interessantes, aqui estão algumas playlists de temáticas bem nerds do Deezer que são perfeitos acompanhamento para trabalho profundo:

  1. Lord of the Rings Classics
  2. Star Wars Classics
  3. Fantasy Mode
  4. The Legend of Zelda
  5. Harry Potter Classics
  6. Game of Thrones

Mais uma vez, aceito sugestões de boas playlists para trabalhar!

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Vídeos de piano do YouTube para trabalhar

Se é que é possível, vou juntar nesse post dois grandes interesses meus: piano e produtividade.

Para mim, escutar música é uma excelente estratégia de ensinar meu cérebro a entrar no modo de trabalho profundo. Os leitores talvez não saibam, mas eu tenho estudado teclado e piano desde o final do ano passado, para ter algo para na verdade escapar do trabalho, mas aí há uma retroalimentação: enquanto me concentro, tenho adorado conhecer mais pianistas e obras de piano. Colocar vídeos no YouTube, além de me permitir escutar a música, permite-me visualizar também estes artistas tocando, e nos intervalos do meu trabalho consigo ficar assustado com a velocidade das mãos e sonhando quando eu vou conseguir tocar assim.

Eu sou muito fã no Kourosh Dini, não só como escritor, mas como músico: todo sábado, ele faz um concerto virtual de piano e sintetizadores que são sempre ótimos:

E depois da sua morte, eu comecei a conhecer mais da obra de Nelson Freire; aqui estão dois concertos parecidos mas separados por 35 anos de diferenças:

Como um bônus de produtividade, cada vídeo desses tem uma duração ótima para uma sessão de trabalho realmente profundo.

Aceito mais indicações de pianistas para escutar enquanto trabalho!

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Como eu corrijo trabalhos no iPad

Hoje de manhã, eu postei a minha lista de tarefas no LinkedIn:

Nesse mês de novembro, meu foco está em corrigir a primeira rodada de avaliações, enquanto preparo a segunda. Isso significa que há dias como hoje, onde eu tenho 11 trabalhos a corrigir. Podia ser pior.

Nesse tempo de aulas remotas, não há entrega de relatórios de papel, apenas documentos em PDF via Moodle. Após a entrega dos trabalhos, eu faço o download de todas as submissões e organizo-as adequadamente em uma pasta no OneDrive, meu sistema de sincronização de arquivos. Eu então contabilizo quantos trabalhos há a corrigir e qual o prazo eu tenho; minha universidade exige que as notas sejam disponibilizadas em até 10 dias úteis ou 48 horas antes da próxima avaliação, o que vier primeiro – ambos os critérios são bem razoáveis. Eu então faço a conta de quantos trabalhos há para corrigir em cada dia, conforme mostrado acima.

Para garantir o máximo de uniformidade, eu monto uma planilha de avaliação para cada trabalho:

O segredo está em ser bem granular na quantidade de critérios para evitar injustiças

Esta planilha é disponibilizada para os alunos durante a confecção do trabalho e está salva na mesma pasta onde guardei as submissões dos alunos. Há então uma nerdice pesada: eu uso um script que adiciona a planilha acima ao final de cada documento em PDF na mesma pasta:

#!/bin/bash

FILES=*.pdf
MODEL="Planilha de avaliação T4 ST1GEE1.pdf"

for f in $FILES
do
    if [ "$f" != "$MODEL" ]; 
    then
        NEWFILE="Avaliação_$f"
        echo "Processing file $f into $NEWFILE";
        pdfunite "$f" "$MODEL" "$NEWFILE"
    fi
done

Ao executar esse script na pasta dos trabalhos, eu tenho então uma lista de trabalhos, onde a última página é uma planilha para eu ir preenchendo conforme leio:

Ao longo dia de trabalho, vou lendo os trabalhos na ordem, e vou fazendo anotações ao longo do documento e na planilha ao final:

Eu sou muito chato quando estudantes não denotam unidades, por mais óbvias que sejam

Eu faço anotações no app Documents da Readdle com o meu Apple Pencil 1a geração, e uso a cor verde para ser menos agressivo (dica que tirei do Presentations Field Guide).

Ao terminar todas as correções, faço o upload dos documentos modificados no Moodle de volta.

Como eu falei ontem: não é divertido, mas tento ser o mais justo possível.

Professores: como vocês lidam com essa tarefa?

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Santificar o trabalho

Eu sou cristão. Também sou pai, marido, professor, pesquisador, filho, irmão, nerd, tecladista, amigo, neto, sobrinho, tio, primo, corredor. Eu sou o Fábio, tudo isso ao mesmo tempo. Não há como compartimentalizar isso em blocos distintos ao longo do dia.

Hoje é Domingo. Na Missa, pedi perdão pelas vezes que não fui um bom pai ou marido. Também orei para que o Senhor me ilumine nessa semana que se inicia, cheia de trabalhos a corrigir, aulas a revisar, trechos de livros a estudar, listas de exercícios a preparar.

Não é meu papel evangelizar nas minhas aulas, mas é meu papel praticar o evangelho santificando meu trabalho. Deus me fez com muitos defeitos, os quais aceito em paz: sou explosivo, tímido, reajo mal a criticismo, sou muitas vezes inflexível. Mas também tenho certeza que o Senhor me deu muitas graças, incluindo a do trabalho: considero-me modernamente inteligente e acho que tenho um talento natural para estudar e ensinar Engenharia.

São Paulo escreveu:

Não ouso falar senão daquilo que Cristo realizou por meu intermédio[.]

Rm 14, 18

A minha preparação para as aulas é uma forma de honrar esse dom, e de agradecer por ter um emprego durante a pandemia, um verdadeiro privilégio. Atender os meus alunos com toda a minha atenção, para mim, é uma forma de ajudar os outros. Ser o mais justo na correção de avaliações é uma forma de praticar a justiça de que Jesus tanto fala. Escutar os alunos quando eles pedem para negociar a data de entrega de alguma tarefa, mesmo que isso atrapalhe um pouco o meu planejamento, é uma forma de amor ao próximo, de “morrer aos meus interesses”.

A caridade não é apenas depositar um dinheiro ou distribuir comida; isto é o básico que todos deveriam fazer. Nessa semana, você pode ir além e fazer algo no seu trabalho que lhe ajude a chegar na santidade, apenas pelo ato em si, sem se preocupar com recompensa?

de ajudar os outros?

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A experiência de ler o mesmo livro em Kindle e em formato físico

Era só uma viagem de volta de Florianópolis para Joinville. Quando o bebê no banco de trás começou a reclamar de fome, reduzi até entrar uma destas paradas de beira de estrada – uma relativamente famosa, mas ainda assim uma parada de beira de estrada. Depois do café com pão de queijo, a caminho do caixa, eu vejo um monte de livros expostos, entre eles não um livro qualquer de ficção popular, mas um dos meus livros favoritos: Roube como um Artista, de Austin Kleon.

Principalmente pelo aparente absurdo de encontrar um livro sobre criatividade em um restaurante de BR, não resisti e comprei. O fato de eu comprar um livro por impulso não deve surpreender a ninguém, exceto talvez pelo fato de que eu já tenho esse livro, já li e reli inúmeras vezes, já resenhei aqui e já escrevi sobre muitas lições inspiradas pelo livro.

Ler o livro físico enquanto tomo café da manhã, no entanto, tem sido uma experiência diferente. Eu me engajo mais com o livro, presto mais atenção nas suas ideias, e ajo mais em cima dos seus conselhos. A leitora percebeu que tenho postado todos os dias de novembro? Pois é, o compartilhamento frequente de ideias é tema de um dos capítulos, e, devo dizer, um dos meus prazeres diários e resumir o que se passa na minha cabeça em um post por dia.

A minha relação com meus cadernos também mudou. Enquanto estudo, eu procuro não apenas sintetizar as ideias com minhas palavras, mas agora busco também copiar alguns parágrafos ou frases exatamente como escrito, para tentar imitar um pouco do estilo de escrever.

O livro digital logicamente tem suas vantagens. Esperando o dentista, eu posso ler um livro no celular em vez de perder tempo no Instagram, mas eu dificilmente levaria um livro de papel por aí. No Kindle (o dispositivo e nos apps) eu posso marcar passagens e escrever notas, e então exportar as anotações. Posso pesquisar qualquer palavra. Mas não aprendo tanto quanto no livro físico.

Como alguém que anda estudando projetos de sistemas térmicos, eu sei que dificilmente existem ótimos globais; se livros físicos ou digitais fossem claramente melhor que a outra versão, não haveria ampla disponibilidade dos dois formatos. E por isso eu aproveito tudo: alguns livros no Kindle, outros na minha biblioteca física, e alguns de todas as formas possíveis.

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Como preparo listas de exercícios

Ontem eu escrevi sobre como tenho continuamente melhorar no que eu faço. Uma parte essencial de ser um bom professor é dar boas oportunidades para os alunos praticarem o que aprendem na aula; em Engenharia, isso significa Listas de Exercícios.

Final de semana, estou quase lá

Na semana passada, ao revisar a quantidade enorme de trabalhos a corrigir e listas de exercícios a desenvolver, além da recorrência semanal de preparar aulas, eu decidi que a maneira mais efetiva de dar conta é simplesmente fazer um pouco a cada dia. Acima, o Todoist me lembra das pequenas tarefas a cumprir hoje: um capítulo a estudar, exercícios a preparar, uma aula a revisar. Este esquema deve se repetir todo dia deste mês, que está bem mais cheio que o normal, então só me resta respirar fundo e viver um dia cheio após o outro, sem abandonar as brincadeiras com meu filho, os filmes com minha esposa, as corridas, a meditação, a corrida (a prática musical de teclado tem sim ficado de lado).

Quando eu de fato vou trabalhar em cada lista, eu abro os livros da Bibliografia indicada e vou selecionando os exercícios que me chamam a atenção e que estão de acordo com os objetivos de cada curso. Muitas vezes eu modifico os enunciados para encorajar análises mais interessantes.

Para de fato escrever as listas, eu uso LaTeX, e um esquema que acho que tem sido efetivo é adicionar as respostas diretamente no arquivo, para os alunos verificarem os seus desenvolvimentos. Eu adoraria providenciar um Manual de Soluções completo para cada lista, mas as tarefas diárias acima não me permitem abraçar a responsabilidade adicional de digitar todas as soluções. Eu salvo as resoluções, tiradas dos manuais oficiais ou mesmo criadas por mim, para o caso dos alunos virem tirar dúvidas de algum item.

Este tem sido um grande melhoramento em relação ao semestre passado, quando eu admito que faltaram oportunidades para praticar. Essa rotina diária de estar envolvido com exercícios e trabalhos me faz ficar mais conectado com a rotina de estudo dos alunos e com a própria preparação de aulas.

Professores que lêem este blog, ou mesmo alunos meus: alguma sugestão de como melhorar esse processo?