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Gavetas de meias e a Segunda Lei da Termodinâmica

O leitor já deve ter percebido que as meias na sua gaveta parecem ter
vida própria. Você dedica um dia para organizá-las, juntar os pares,
separar por cores, e uma semana depois você já começa a achar uma meia
sem seu par. Como isso é possível?

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Note to Selfie

John Dickerson:

When you pause to write about something—even if it’s for Twitter or
Facebook—you are engaging with it.

Já se tornou um clichê tão grande criticar as pessoas que tiram fotos e
tuítam sobre tudo que quando alguém apresenta um ponto de vista
diferente a reação imediata é de surpresa.

Nessa belo texto, Dickerson argumenta que o fato de você registrar um
momento mostra que ele significa algo tão importante para você que você
está dedicando um tempo para registrá-lo e compartilhá-lo com outras
pessoas.

É um ponto de vista interessante. O meu problema não é com a frequência
com que as pessoas compartilham é com a qualidade do quê se
compartilha. Se alguém vai em um restaurante e publica que a comida é
maravilhosa, isso é uma utilidade pública. Se publica uma foto de si e
do seu cônjuge num jantar maravilhoso, com uma legenda do tipo “10 anos
de casado”, isso faz com que eu, como humano, me sinta tocado.
Realmente, como disse Dickerson, essas pessoas deram um sentido maior ao
evento em questão ao parar e registrar seus sentimentos.

Por outro lado, se alguém simplesmente faz um check-in do restautante no
Foursquare que automaticamente aparece no Twitter, essa pessoa só quer
se mostrar. E tem gente que só usa as redes sociais para isto.

Eu sigo muitas pessoas que são desconhecidas para mim, e elas geralmente
publicam coisas muito interessante, mas também trivialidades que não me
interessam. Não me importa — são pessoas reais que estão por trás
dali, e ninguém é interessante 24 horas por dia.

Meu problema é com tuítes do tipo “Oie”, “Bom dia”, “Que fome”. Dezenas
de fotos seguidas do cachorro. Xingamentos do time adversário que fez
gol. Isso não acrescenta absolutamente nada.

Não se trata de compartilhar mais ou menos, e sim de compartilhar
melhor.

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Simplifique sua vida digital

Esse é mais um texto da série “Simplifique sua vida”, na qual eu
narro minha jornada para eliminar o máximo possível de complicações,
seguindo as ideias do Simple Living Manifesto de Leo Babauta.

Na nossa caminhada para simplificar nossa vida, chegamos a uma etapa que é
crítica para mim e para todos que tendem a se viciar em tecnologia.
Temos que simplificar nossa vida digital.

No manifesto, Leo se concentra em dois
tópicos da área de tecnologia: usar a nuvem, para evitar os problemas de
sincronizar múltiplos dispositivos e poupar espaço no computador (ele se
refere principalmente ao Google Docs), e simplificar o número de coisas
que você guarda ou acessa no computador – menos fotos, menos emails,
menos arquivos.

Aqui vou tomar um ponto de vista mais direcionado: quero simplificar o
meu uso de computadores e outros gadgets.

É normal usar um computador (claro, se a tarefa pede isso), mas há
alguns problemas. É normal querer um smartphone por achar que ele vai
acrescentar, mas não é normal se desesperar se o seu smartphone estraga.
É normal gastar dinheiro em algum app que você vai usar, é um problema
gastar dinheiro demais comprando aplicativos só porque todo mundo usa. É
normal você bater uma foto do encontro com os amigos e compartilhar no
Instagram, mas registrar cada garfada (e a cor do seu esmalte) é
ridículo.

Sempre que você gasta tempo demais com tecnologia em detrimento das suas
prioridades, é preciso simplificar.

Para mim, simplificar a vida digital tem três etapas.

Simplifique os seus dispositivos

Algumas pessoas têm um notebook, um computador de mesa, um smatphone, um
tablet, um e-reader, um tocador de mp3 e sabe-se lá o que mais.

Em primeiro lugar, veja se você não pode reduzir esse número. O
propósito de se ter um dispositivo poderosos (como o iPhone) é ele poder
executar várias funções ao menos tempo. Ter menos dispositivos significa
menos gastos com manutenção, menos chance de roubo e ter de carregar
menos coisas.

Existe um limite, porém. Dependendo das suas necessidades, ter um
dispositivo dedicado pode ser um grande ganho de experiência. Por
exemplo, um tablet pode servir para ler livros digitais, mas um e-reader
especializado (como o Kindle ou o Kobo) é mais leve, tem bateria muito
mais durável, não induz à distração e tem tela menos cansativa aos
olhos. Repito: depende da sua frequência de uso. Se você praticamente só
usa o tablet para ler livros (no app do Kindle ou no iBooks, por
exemplo), pense em vender e comprar um leitor digital — muito
provavelmente você vai ganhar dinheiro.

Outro ponto é algo sobre o qual já falei: use o dispositivo certo
para a coisa certa. Não tente ter todos os aplicativos no seu
computador, no tablet e no seu smartphone. Isso é caro e inútil. Observe
o seu uso e instale aquilo que é pertinente.

E não se esqueça: talvez você não precise de um smartphone, muito menos
de uma tela Retina
.

Simplifique os seus programas

Isso é uma extensão da seção anterior. Você não precisa ter os melhores
e mais caros aplicativos, e nem os que todo mundo usa.

Um exemplo prático e pessoal: Evernote. É um bom serviço com bons
aplicativos, mas simplesmente não se adapta a mim. Para os leigos,
Evernote é serviço de armazenamento de notas, e suporta texto, PDFs,
fotos, websites. É um gerenciador de informações universal, mas a minha
filosofia é usar apps que fazem a sua tarefa bem feita. Guardo minhas
notas de texto, meus PDFS e minhas fotos em pastas sincronizadas pelo
Dropbox. Já falei do 1Password, que gerencia minhas informações
mais sensíveis. Os sites e tudo que acho de interessante na Web estão no
Pinboard.

Eu poderia usar o Evernote porque muitos usam (e quem acompanha blogs
tech sabe o quanto ele é popular na blogosfera e no Twitter). Mas não é
bom para mim.

Outra coisa que faço é desinstalar programas sem remorso. Se eu
realmente precisar deles, posso instalar de novo, mas até lá eles não
ficam ocupando memória e espaço na tela.

Uma dica de ouro que roubei do Brett Terspstra e do Michael
Schechter
foi criar um arquivo de texto contendo todo as funções que
realizo no computador, seguido do programa que uso, e sugiro fortemente
que o leitor faça isso. Sente e defina o que você faz em um computador:
organiza suas fotos, vê filmes, escreve, processa emails ou qualquqer
tarefa especializada. Para cada item, faça uma pesquisa breve sobre as
opções de apps e serviços, decida por uma e aprenda a usá-la — e não
fique mudando. Revisite essa nota mensalmente, para ter um documento
atualizado de auto-avaliação.

Simplifique seus arquivos

É fácil inundar nosso computador com arquivos em uma estrutura bagunçada
e depois perder tempo demais tentando encontrar informação.

Novamente, não existe receita para isso, e você deve ver a estrutura que
mais se adapta a você. Minha sugestão: comece com pastas abrangentes:
documentos, fotos, músicas, videos. A partir daí, vá especializando,
conforme seu uso. Eu, dentro da pasta de documentos, tenho uma pasta
para rascunhos de textos para FabioFortkamp.com, um pasta para a
faculdade, uma para meu mestrado… dentro desta, por exemplo, tenho uma
para os desenhos, outra para a dissertação, uma para manuais dos
equipamentos. Vá adaptando aos poucos.

O importante, enfatizo, é não perder tempo procurando. Se a sua
estrutura não se adapta ao seu pensamento, mude.

Como mencionei, a dica do Leo é para usar ferramentar online, como o
Google Docs, porque isso o permite trabalhar de qualquer lugar e não se
preocupar com organização de arquivos. Como abomino ter de depender do
Google, acho que com uma estrutura bem feita e com serviços como o
Dropbox você pode alcançar esses objetivos.

Em resumo

Computadores são ferramentas poderosas, mas não podem roubar atenção das
outras coisas. E, se você usar o computador como uma ferramenta de
trabalho, não deve perder tempo com coisas inúteis, para poder se
concentrar em fazer algo.

Simplificar a minha vida digital é uma tarefa contínua. As dicas que dei
aqui são as que me permitem fazer um uso mais racional da tecnologia,
usando os programas certos, organizando a informação para quando eu
preciso, evitar preocupações decorrentes disso. Espero que elas possam
ajudar o leitor também.

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Let It Full-Bleed

MG Siegler:

Load up your favorite tech blog. Or almost any blog, really. There’s a
good chance it looks like shit. There’s a better chance that the
reading experience is even worse. And we put up with it, day in and
day out.

(via Ben Brooks)

Eu gosto muito de ler blogs (e até indiquei os blogs que leio),
então eu prezo muito a qualidade do design de um blog. E sou obrigado a
concordar: muitos sites são horríveis, com um design amador e recheado
de anúncios e chamadas para outras matérias ou posts.

Eu não tenho nada contra anúncios em sites — este blog tem. Eles
ajudam a pagar os custos de se manter uma página. Mas eu acho que eles
tem de ser discretos, e não podem desviar completamente a atenção do
conteúdo principal. Que, por sua vez, deve ser bem formatado.

Como escritor, eu tento garantir que a leitura dos meus textos seja a
mais agradável possível. Eu ainda estou começando no mundo de criar
websites, por isso uso os temas do WordPress.com, mas eu
periodicamente faço uma avaliação e vejo se não tem algum tema melhor.
Ontem fiz isso: mudei para o tema Twenty Thirteen, que é mais bonito e
tem uma versão muito melhor para dispositivos mobile. Espero que o
leitor aprecie.

E, claro, qualquer sugestão sobre o design do site é bem vinda.

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Resenhas de livros

Resenha: O Andar do Bêbado

Leonard Mlodinow (autor de Subliminar) tem uma tese central: o
acaso tem papel fundamental na nossa vida, e a nossa ignorância da
aleatoriedade nos prejudica
. E ilustra e defende essa tese de maneira
magistral.

O Andar do Bêbado é uma obra de divulgação científica, centrada na
matemática mas com conceitos de física, sociologia, psicologia e
economia. Também é um livro de onde podemos tirar muitas informações
históricas, embora esse não seja o foco do livro.

Nos seus 10 capítulos, a obra tem três macro-divisões. No Capítulo 1, o
autor faz a sua introdução, apresentando-nos os termos básicos do livro:
acaso, padrão, aleatoriedade, sorte. Somos apresentados com casos de
sucesso nos esportes, no cinema e nos livros, onde especialistas buscam
explicações para o sucesso. Na verdade, o autor argumenta, a
probabilidade que um filme ganhe milhões por mero acaso não é nada
desprezível, e isso tem implicações profundas em muitas outras áreas.

Um exemplo em particular nesse capítulo me agrada. Daniel Kahneman,
um psicólogo ganhador do Nobel de Economia, teve uma epifania que rendeu
muitas pesquisas premiadas na sua carreira. Como psicólogo, ele estava
dando treinamento a um grupo de instrutores de vôo, dizendo que seus
alunos deveriam ser elogiados quando conseguissem um resultado positivo.
A plateia reagiu, dizendo que sempre que isso acontece os alunos pioram
de desempenho. Kahneman então concluiu que o que está havendo é um
fenômeno de regressão à média; os alunos naturalmente tinham momentos
bons e ruins, mas a sua média de desempenho deve se manter constante.
Quando seu desempenho é particularmente bom, é natural que seus próximos
resultados não sejam tão bons, e os elogios têm pouco a ver com isso.
Foi essa visão de que a aleatoriedade passa despercebida na nossa vida
que eventualmente rendeu o Nobel a Kahneman.

Nos Capítulos 2 a 7, Mlodinow apresenta as leis básicas da probabilidade
e da estatística. Cada capítulo é destinado a um princípio em
particular, com muitos exemplos e histórias de matemáticos famosos
envolvidos (como Cardano, Pascal, Johann Bernoulli, Gauss, Laplace).
Fala dos gregos e sua completa ignorância da probabilidade (o que me
causa bastante espanto); dos romanos e sua matemática prática aplicada
às leis, onde as penas eram calculados com base na probabilidade do réu
ser culpado. Fala de problemas famosos, como o de Monty Hall e o
problema do aniversário. E sua conclusão é sempre a mesma: nossa
intuição falha quando estamos falando de probabilidade.

Particularmente interessante é o capítulo 6, sobre probabilidade
Bayesiana
(ou condicional), uma área onde ocorrem muitos erros na
vida. O autor conta a sua história pessoal, onde ele quase foi
diagnosticado com HIV quando o médico cometeu um erro clássico da Teoria
de Bayes: confundiu a probabilidade de o exame dar positivo se o
paciente não for HIV-positivo (que é muito baixa) com a probabilidade de
ele não ser HIV-positivo mesmo se o exame der positivo (que não é tão
baixa assim). É preciso levar em conta as outras variáveis: por exemplo,
qual a probabilidade de uma pessoa do mesmo grupo do autor (seus
hábitos, seu uso de drogas, seu comportamento sexual) ter HIV. Isso muda
o cálculo; dado que o exame tem erros, o fato de ele dar positivo para
uma pessoa com baixa probabilidade ou com alta probabilidade de estar
infectado tem interpretações distintas.

No Capítulo 7, o autor apresenta a estatística e sua noção de que toda
medição tem erros. Fala da busca pela curva normal (onipresente para
engenheiros), de como todo instrumento apresenta variação (você ver a
balança diminuir seu peso não significa que você emagreceu), e de como a
mesma expressão matemática correlaciona muitos fenômenos da vida — por
exemplo, a curva de desempenho de estudantes que chutaram todas as
questões de uma prova e de corretores de ações tidos como analistas
gabaritados é assustadoramente parecida.

Por fim, nos capítulos 8 a 10, o autor apresenta as aplicações de todos
esses conceitos à vida real. Um exemplo polêmico é o argumento de que,
embora cada humano seja uma entidade complexa e independente, em
sociedade nosso comportamento é matemática previsível. As variações nos
números de acidentes entre um ano e outro podem ser previstas pela
estatística. As taxas de natalidade e mortalidade também podem ser
relacionadas pela estatística. Há também implicações na Física: o
movimento browniano, o movimento de moléculas que hoje ajuda a
explicar muitos fenômenos dos gases, é completamente aleatório.

A conclusão geral é que da nossa natureza procurar padrões, e isso nos
engana. É fácil saber de dois ou três vizinhos estão com câncer e
concluir que a sua vizinhança é amaldiçoada; difícil é fazer cálculos e
ver que essa incidência é perfeitamente normal (infelizmente). É fácil
achar muito suspeito que ninguém conseguiu prever o 11 de Setembro,
difícil é perceber que existem muitos eventos possíveis no futuro, e
calcular a probabilidade de cada possível implicação não é fácil. É
fácil achar que somos honestos; difícil é aceitar que, como foi mostrado
num estudo, damos mais credibilidade às pessoas que ganham mais, mesmo
que isso tenha sido determinado completamente por acaso.

Entender o aleatório nos ajuda a entender o mundo, e Mlodinow tenta
contribuir para isso com êxito. Um dos melhores livros que li nesse ano.

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Os blogs que acompanho e por quê

Eu gosto muito de ler blogs; gosto de ler a opinião individual de alguém
sobre algum tema interessante. É uma mídia antiga (relativamente), mas
ainda relevante. Uma ideia central, desenvolvida, e maior que alguns
caracteres é geralmente melhor apresentada na forma de um post.

A seguir, eu listo os blogs que estão no meu leitor de RSS. Eu uso o
Feed Wrangler para isso, e é excelente. Pretendo escrever um texto
no futuro sobre esse serviço, mas o leitor pode usar qualquer serviço
(só não o Feedly).

E se algum dos meus leitores gosta de blogs, mas não sabe o que é RSS,
avisem-me que posso escrever um texto sobre o assunto. É a melhor forma
de acompanhar blogs, sem ter de ficar visitando a página em busca de
atualizações.

  1. And now it’s all this — Dr. Drang é o pseudônimo de um
    engenheiro americano, que faz uma mistura muito interessante de
    artigos sobre apps, engenharia, ciência e programação. O estilo é
    muito agradável de ler e nos posts mais técnicos dá para aprender
    muita coisa boa.
  2. BitQuill — Sobre tecnologia. Eu acompanho mais pelas
    entrevistas muito interessantes com blogueiros, desenvolvedores,
    podcasters. Também fala de resenhas de apps (num nível mais
    prático, como eu gosto), algumas dicas Apple e muitos artigos
    interessantes sobre filmes (outra das paixões do autor, Devir
    Kahan).
  3. BR-Mac.org — O melhor blog sobre Apple no Brasil. Os
    textos são muito práticos, sem nada de hype. E, não que isso faça
    diferença, o autor Augusto Campos é meu conterrâneo.
  4. BrettTerpstra.com — Terpstra é um programador americano
    criador do Marked, apresentador do ótimo podcast
    Systematic, e tem vários projetos para customizar o seu Mac.
    Blog técnico (sem dúvida é para aqueles que querem usar o seu Mac de
    maneira mais nerd) mas excelente.
  5. Chambers Daily — Bradley Chambers é autor de um ótimo
    ebook sobre organização de fotos, e traz dicas boas e textos
    curtos sobre tecnologia. A sua posição como diretor de TI na área de
    educação oferece um ponto de vista interessante.
  6. Efetividade — Do mesmo autor do BR-Mac.org, uma
    referência de produtividade do Brasil. Nada de muito tech; o blog
    fala de princípios básicos, que você pode implementar com a
    tecnologia que quiser. Traz dicas que foram implementadas na
    prática.
  7. MacDrifter — Outro blog técnico sobre Apple (nos moldes de
    And now it’s all this e BrettTerpstra.com). Uma boa fonte de
    aprendizado para usar melhor o seu Mac, e com muitos links para
    outros textos interessantes. Escrito por Gabe Weatherhead (de outro
    podcast que adoro, Technical Difficulties).
  8. MacSparky — David Sparks muitas vezes entra no hype de
    apps e gadgets, mas tem muitos textos interessantes sobre o mundo
    Apple. Também é autor de livros ótimos e apresenta o Mac Power
    Users
    .
  9. MattGemmell.com — Ensaios mais aprofundados sobre temas
    gerais de tecnologia. Do tipo “leia para refletir”.
  10. Productivityist — Mike Vardy escreve sobre produtividade,
    com textos curtos mas bem valiosos sobre usar melhor o tempo. Gosto
    do fato de ele citar apps como exemplos, e não do tipo você tem de
    usar isso
    .
  11. Shawn Blanc — Shawn Blanc escreve (bem) sobre Apple, e
    traz links muito interessantes. Se eu tivesse de escolher apenas um
    blog sobre Mac e iPhones, seria esse, por ser o mais abrangente.
  12. The Brooks Review — Ben Brooks fala de tecnologia de
    maneira crítica, com muitas e muitas críticas ao Google, Twitter,
    Facebook, NSA etc.
  13. Unretrofied — Chris Gonzalez apresenta algumas entrevistas
    interessantes sobre tecnologia e criatividade, além de algumas
    resenhas muito úteis. Gosto porque ele foge dos programas óbvios e
    explora casos de uso.
  14. Vida Organizada — Constantemente atualizado pela Thais
    Godinho. Muitos posts sobre produtividade e organização e algumas
    reflexões interessantes. É sempre uma das melhores leituras da
    semana.
  15. Zen Habits — O blog de Leo Babauta sobre minimalismo e
    simplicidade de onde tirei a série Simplifique sua vida.
    Infelizmente, alguns textos ultimamente estão sendo bem repetitivos,
    mas ainda assim vale acompanhar (à espera daquele texto profundo e
    que nos faz pensar).

Como o leitor pode ver, muitos blogs em inglês, e sobre tecnologia;
simplesmente não consigo encontrar muitos blogs brasileiros sobre
tecnologia e produtividade, os temas que mais me interessam.

Ao mesmo tempo, estou tentando variar os assuntos que leio, para evitar
o vício em tecnologia (e lembrar das coisas que importam).

Assim, se o leitor souber de algum blog interessante, compartilhe
comigo! Sempre estou em busca de aprender coisas novas e, acima de tudo,
ler um texto de boa qualidade.

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Notas do autor Sem categoria

Nova página de Sobre

Um recado rápido: atualizei a minha página de Sobre, com uma
descrição muito mais precisa do meu objetivo para este blog. Peço a
todos que leiam para entender melhor, afinal, sobre o que escrevo aqui.

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Simplifique sua vida: armários e gavetas

Esse é mais um texto da série “Simplifique sua vida”, na qual eu
narro minha jornada para eliminar o máximo possível de complicações,
seguindo as ideias do Simple Living Manifesto de Leo Babauta.

No último passo, falamos de simplificar nossos ambientes, limpando
principalmente nossas mesas, tirando distrações da nossa frente e
criando um ambiente mais limpo e propício ao trabalho.

Muitas das coisas que estavam ali foram parar nos seus armários e
gavetas, se você seguiu a minha sugestão de primariamente limpar as
superfícies visíveis. Estão num lugar acessível ainda, mas não
precisam ser acessados com frequência. Os seus armários então ficaram
mais cheios, principalmente se você já tinha bastante coisa guardada
neles. O próximo passo natural então é simplificá-los.

Na realidade estamos fazendo uma limpeza em dois passos. Primeiramente,
você fez o mais urgente, que é simplesmente tirar a tralha da sua vista;
isso deve ter facilitado o seu trabalho enormemente. Depois, com calma,
você precisa vasculhar o que sobrou e fazer uma seleção nesses itens,
precisa decidir o que fica guardado e onde. E para mim a regra mágica
que funciona é simples: se você acha que vai precisar, e não tem peso
legal, você não vai precisar
. Aquela camiseta de cor esquisita que
você acha que um dia, quando você comprar uma calça nova, vai cair bem?
Não vai. Aquela caixa com CDs de jogos de computador que você não joga
há dez anos mas continua guardando para o caso de uma vontade súbita de
matar a saudade? Você nunca vai jogar novamente. Aquele chaveiro feio
que você ganhou e tem pena de jogar fora para não magoar alguém? Essa
pessoa não precisa saber.

Documentos importantes, contratos, notas fiscais de itens caros, claro,
devem ser guardados.

Por que fazer isso? Simples: quando você precisar de algo realmente
importante, vai demorar mais tempo para encontrar. Encontrar aquele
sapato preferido no meio de um monte de tênis velhos demora. Encontrar
aquele livro que você relê quase todo ano no meio de muitos outros
que você sabe que nunca vai reler toma tempo. E, quando você gasta tempo
demais fazendo algo que não é sua prioridade, você está complicando
a sua vida, e nosso objetivo aqui é fazer o contrário.

Um outro aspecto importante é o que você pode fazer com todos esses
pertences. Pessoalmente, eu nunca jogo fora minhas roupas — eu dôo tudo.
Um casaco que está pequeno demais para mim pode aquecer alguém. Uma
camiseta de uma cor que eu não gosto pode fazer a alegria de outra
pessoa. E, infelizmente, roupas que eu não uso por estarem velhas podem
simplesmente ser a única opção de muita gente.

Uma etapa adicional de organização (e simplificação) é ter espaços bem
definidos para cada tipo de coisa (novamente, para minimizar o tempo de
procura). Quando você quiser aquele mouse antigo, deve saber qual a
gaveta onde está. Se quiser um livro da época de faculdade para
emprestar a alguém, deve saber em qual estante ele fica.

Esse é um passo que demorou um certo tempo para eu completar, mas devo
dizer que vale a pena. Na verdade, a nossa organização nunca vai ser
perfeita, por isso faça como eu e não se estresse: vá fazendo aos
poucos, quando não tiver nada mais importante para fazer.

Uma última dica: o Vida Organizada publicou um texto excelente com
regras básicas de organização, para você se inspirar e criar o próprio
sistema. Recomendo.

Em ação:

  • Percorra todas as suas coisas e dê um outro destino a tudo que não
    for absolutamente necessário
  • Faça uma lista das suas coisas que sobraram e dê destino certo:
    armários para roupas, uma gaveta para acessórios de informática,
    outra para documentos; um pedaço da estante para livros técnicos,
    outro para romances