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Os melhores filmes que vi em 2014

Esse é um assunto que adoro e que nunca falei aqui, mas, inspirado por episódios recentes do Rapaduracast e do Podcast Cinema em Cena, vou falar dos 3 melhores filmes que vi em 2014.

Antes, um aviso: como comentado em algum dos episódios (não lembro qual), fazer uma lista desse tipo sempre causa o risco de se priorizar os filmes vistos no fim do ano, que estão mais recentes na memória. Eu tenho o estranho hábito de anotar todos os filmes que vejo (e essa lista me diz que vi 69 filmes em 2014, contando lançamentos de cinema e filmes alugados), mas não costumo escrever comentários de filmes, o que me permitiria refletir melhor sobre cada filme. Então sim, os três filmes de que vou falar são recentes (e só vou falar de filmes lançados nesse ano), mas são excelentes.

Com certeza, o melhor filme de 2014 é Garota Exemplar, do diretor David Fincher (de Se7en, A Rede Social, Clube da Luta entre outros excelentes). Este filme é a definição de suspense, para mim, e foi o único nesse ano que atende ao critério Fábio Fortkamp de Qualidade Suprema de Cinema, que é quando acabar o filme eu falar “pqp, que filmaço!” (outro que atendeu foi Argo, que vi em 2013). É a história de uma mulher que some no dia do aniversário de casamento, e o marido, de comportamento estranho, vira suspeito. A partir daí, a cada 5 minutos você muda de opinião sobre a inocência ou não dele (acompanhando ou não a posição da polícia), e aprende um fato novo sobre o caso. Lá pela metade do filme, você acha que está tudo resolvido, e a parte mais interessante do filme começa. Absolutamente incrível, prende a atenção a cada segundo.

O segundo melhor filme de 2014, para muita controvérsia, é Interestelar, de Christopher Nolan. O filme é ousado, é poético, é bem-feito, é científico, é criativo (quantos filmes de exploração espacial tem como eixo a vontade de um homem em voltar logo e ver sua filha?). É mais um passo maravilhoso na reformulação de Matthew McConaughey como ator sério (lembra quando ele estava sempre sem camisa nos filmes de menininha?), é mais uma vez Michael Caine sendo Michael Caine, a trilha sonora é de arrepiar e tem muitas nerdices envolvidas. Ignore as críticas pontuais a falhas no diálogo e vá ver.

Já para o terceiro lugar… temos um problema. Eu vou ficar com a indicação que eu dei a muitas pessoas (incluindo a minha namorada, que discorda enfaticamente de mim sobre esse filme), que é Chef. O filme é lindo (apesar de muitos e muitos clichês), e se você gosta de cozinhar, como eu, é bem difícil não ficar sorrindo o filme todo. É um monumento à simplicidade que pode ser uma boa comida, mesmo que seja comida em pé e longe de um restaurante da moda (num lance meio autobiográfico do diretor Jon Favreau, de Homem de Ferro e Cowboys e Aliens). As atuações são boas, e o mais importante, você se sente bem vendo o filme; como não gostar?

Disse que este terceiro lugar era um problema porque, revendo minha lista, vi dois filmes mais para o começo do ano, que são excelentes mas não me marcaram como esses três; então ficam como uma menção honrosa. Um é X-Men: Dias de um Futuro Esquecido, com um cruzamento brilhante das duas linhas do tempo da franquia, e Planeta dos Macacos: O Confronto, que só consolida o retorno dessa série de filmes maravilhosa, agora mais dramatizada e adaptada aos dias atuais, combinando questões de política ( como lideranças se formam?) com questões ambientais (até onde vai o limite da nossa ocupação da Terra?).

No post anterior falei de como quero rever hábitos em 2015. Definitivamente, o que eu quero continuar fazendo é vendo bons filmes como esses.

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Por um 2015 com foco

Deixem eu lhes contar um segredo, um defeito meu: eu adoro criar tarefas e odeio executá-las. Pior que isso, tendo a criar tarefas sem sentido, que se acumulam na minha lista de afazeres, e por vezes me sinto um robô clicando em botões, fazendo e lendo coisas que tomam tempo e sem ter ideia de por que eu comecei a ler aquilo em primeiro lugar.

Eu não sou muito de resoluções mágicas de ano novo, ainda mais quando são genéricas como “emagrecer” e “ganhar dinheiro”. Porém, acho que a virada do ano é uma época simbólica e propícia para reflexões, sendo uma época de feriados e recessos (principalmente no hemisfério sul). O ano de 2014 foi sem dúvida um ano misto; consolidei o meu relacionamento com minha namorada (estando com ela muito mais tempo que estive com qualquer outra menina) e tive uma grande conquista, que foi o meu mestrado, mas mesmo isso foi seguido de um período de incertezas quanto ao futuro profissional e sem renda nenhuma. Foi também um ano de muitas doenças e brigas na família. Por tudo isso, eu não posso negar que fico feliz que 2014 tenha ido embora.

Com o ano novo, é tempo então de rever objetivos e hábitos, principalmente aquele citado no início deste texto. Então, para começar, minha primeira prioridade é parar de criar tarefas desnecessárias. Em 2015, só vou dedicar tempo ao que realmente acrescenta para mim. Como diz o Prof. Cal Newport, o objetivo de um estudante de pós-graduação é fazer pesquisa de alta qualidade, e nada mais conta. Vou controlar meu tempo de ficar procurando livros e mais livros, pesquisando sobre linguagens de programação esotéricas, aprendendo tudo sobre algum programa de computador, e me dedicar às disciplinas e à minha pesquisa. É claro que um estudante de doutorado precisa também ter uma cabeça aberta e devanear um pouco, mas um tempo específico precisa ser criado para isso, e não tomar o dia todo.

Fora do doutorado, vou limitar o meu número de projetos. Se quero ler um livro e pesquisar mais sobre o assunto, mas tenho de levar o carro na oficina, procurar coisas para casa, comprar um presente de aniversário, não posso também assumir um projeto grande como começar um curso de idiomas ou trabalhar neste blog; é preciso fazer uma purga produtiva. E nada de ficar pesquisando apps à toa ou ficar zapeando à toa, sem objetivo.

Por último, vou tentar planejar mais minha agenda. Diz-se que uma tese (ou qualquer projeto grande) nunca é acabada, mas interrompida, e por isso não posso deixar isso ocupar todos os espaços da minha vida. Todo dia, antes de ir para casa, vou tentar criar um plano para o dia seguinte, limitando os tempos de execução, de maneira que eu me force a focar no que vai dar resultado, e ter tempo para minha vida pessoal. Eu sei, já é o terceiro link do Newport nesse texto de 500 palavras, mas a ideia de produtividade de agenda fixa me é muito atraente.

Acredito que só assim, com um mínimo de organização e o máximo de foco, é possível parar de pensar em metas e pensar em objetivos que são realizados naturalmente, fazendo-me ir melhor no meu doutorado e aproveitar melhor a minha vida pessoal.