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Estudando para provas discursivas… resolvendo exercícios?

Concursos Públicos para Professor Efetivo geralmente começam com uma prova escrita, dissertativas, onde os candidatos e candidatas discorrem sobre algum ponto sorteado na hora.

Assim, parece absurdo que eu gaste tempo resolvendo exercícios numéricos, com calculadora e – pasmem – Python e R (como na foto acima), para algo que vai virar 4 páginas de texto, não?

Não é absurdo porque isso é Engenharia. Nossa profissão é provar nosso ponto com números. Naturalmente, eu preciso entender os conceitos básicos, e devo conseguir explicar com palavras o que é o “Princípio da Conservação da Quantidade de Movimento” ou quando a “Equação de Bernoulli” é válida. Mas, na minha experiência, quando você resolve problemas numéricos é que você realmente compreende o que são essas equações, quais as dificuldades de aplicá-las, como calcular as propriedades e termos relevantes – o que já vira um treino para a Prova Didática. É fácil compreender que um “escoamento incompressível” é aquele onde a densidade não varia, mas fica muito mais interessante quando você calcula a densidade da água líquida e do ar em diferentes temperaturas e mostra que um caso varia muito mais o outro.

Nas minhas próprias aulas, aliás, à medida que vou ficando mais experimente e maduro nos assuntos, eu frequentemente paro as explicações para simplesmente fazer uns cálculos básicos e mostrar que eu não estou inventando afirmações.

Eu continuo escrevendo redações para treino, mas quando percebo que não consigo expressar por palavras, é porque na verdade não entendi e está na hora de voltar livros – e seus problemas numéricos.

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Estudando para concursos de Professor Universitário (sem ter muito tempo, já que já sou Professor Universitário)

O título ridiculamente longo expõe um problema complexo e que muitos doutores enfrentam: como ter tempo para estudar para um concurso de Professor Efetivo de Ensino Superior, enquanto você já é Professor ou Professora (em alguma posição ou universidade da qual você queira ou precise sair por motivos de contrato) e dá muitas aulas e tem todos os compromissos relacionados.

Eu nunca fui aprovado em um concurso para professor efetivo, então não tenho uma receita do sucesso, mas só quero compartilhar como eu estou fazendo: tentar mesclar a rotina de estudo e de preparação de aulas ao máximo.

Por exemplo: enquanto escrevo isto, amanhã tenho de ministrar uma aula de Refrigeração sobre o assunto de trocadores de calor. Estou incrito em um concurso onde o tópico “trocadores de calor” não está presente, mas onde “escoamento em tubos”, uma parte importante de entender o funcionamento de trocadores de calor, é um dos pontos da prova escrita. Então, em vez de simplesmente preparar um PowerPoint para a aula, posso aproveitar para revisar o livro-texto apropriado e me aprofundar mais na teoria e na matemática, mesmo que isso não seja necessário para a aula em si. Com isso, a minha aula fica mais completa e bastante back to basics (na minha experiência, nunca é demais tomar os minutos iniciais para revisar o “básico”…). O estudo alimenta a preparação de aulas. A cada aula, eu reflito: o que posso estudar que vai me ajudar?

O processo é reversível: ao preparar uma aula sem pensar explicitamente nos concursos, eu me dou conta de aplicações de alguns dos pontos, ou encontro uma nova maneira de falar isso em uma Prova Didática; ao ministrar as aulas, eu percebo as dificuldades comuns. Todas essas impressões são anotadas no meu BuJo.

Professores que lêem este blog: como foi/é a preparação de vocês para concursos?

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Estudando para concursos de professor com iA Writer

Como parte do meu ano de Ler e Escrever, eu ando escrevendo muito. Estou em preparação contínua para concursos de professor efetivo que devem ocorrer esse ano e, para quem não conhece as regras do jogo, concursos deste tipo envolvem diversas etapas, começando por uma prova escrita, onde dois pontos são sorteados e os candidatos devem escrever duas dissertações sobre os temas. Marco Mello obviamente dá uma boa visão geral de como funciona.

No último concurso que prestei, eu não passei na prova escrita, e acho que minha principal falha foi ter escrito textos genéricos demais, sem personalidade nenhuma. Para a próxima tentativa, eu estou decidido a escrever textos mais pessoais; um colega que já passou em um concurso deu a dica de ouro de escrever o seu livro-texto. Os meus livros-texto favoritos são aqueles que deixam passar claramente a voz do autor, como os livros do Frank White de Mecânica dos Fluidos ou de Termodinâmica do Adrian Bejan. Essa dica também é dada por (de novo) Marco Mello.

Para escrever coisas assim, eu preciso treinar. Assim, também em relação a concursos passados, eu não tenho apenas tomado notas, mas tenho escrito redações de treino. Essas não são necessariamente uma redação a decorar e depois reescrever de cabeça na hora da prova, mas uma maneira de já conhecer pelo menos uma maneira de contar uma história sobre o tema.

O app de notas que uso é Obsidian, que trabalha com uma pasta de arquivos no meu computador. Para poder usar os apps de iOS e iPadOS, minha pasta notes está no iCloud Drive. Eu tenho uma nota com uma lista dos tópicos conforme divulgado nos editais.

Os itens marcados acima são links para outras notas, onde eu já escrevi um rascunho sobre o tema. Mas como uma nota = um arquivo de texto em Markdown, e não um registro em um banco de dados, eu posso simplesmente abrir cada nota em outro editor. Neste ano, eu finalmente investi no iA Writer.

Na biblioteca do iA Writer, eu adicionei algumas subpastas da minha pasta principal de notas, onde estão os ensaios que estou escrevendo para praticar:

Por que pagar tanto e se importar tanto com um app? Porque ele facilita o foco; quando estou escrevendo livremente, eu vejo apenas o parágrafo que estou escrevendo:

Se eu fosse mais nerd do que já sou, eu poderia usar o recurso de análise sintática do app, que ressalta cada tipo de palavra (verbo, advérbio, adjetivos); se eu seguisse as ideias de Stephen King, eu então riscaria todos os advérbios, que geralmente não contribuem nada para a escrita:

Outro recurso essencial, para quem quer escrever textos de Engenharia, é poder formatar equações:

Eu tenho curtido muito o processo de escrever usando iA Writer, e recomendo fortemente a quem precisa ou quer treinar a habilidade de escrever.