Concursos Públicos para Professor Efetivo geralmente começam com uma prova escrita, dissertativas, onde os candidatos e candidatas discorrem sobre algum ponto sorteado na hora.
Assim, parece absurdo que eu gaste tempo resolvendo exercícios numéricos, com calculadora e – pasmem – Python e R (como na foto acima), para algo que vai virar 4 páginas de texto, não?
Não é absurdo porque isso é Engenharia. Nossa profissão é provar nosso ponto com números. Naturalmente, eu preciso entender os conceitos básicos, e devo conseguir explicar com palavras o que é o “Princípio da Conservação da Quantidade de Movimento” ou quando a “Equação de Bernoulli” é válida. Mas, na minha experiência, quando você resolve problemas numéricos é que você realmente compreende o que são essas equações, quais as dificuldades de aplicá-las, como calcular as propriedades e termos relevantes – o que já vira um treino para a Prova Didática. É fácil compreender que um “escoamento incompressível” é aquele onde a densidade não varia, mas fica muito mais interessante quando você calcula a densidade da água líquida e do ar em diferentes temperaturas e mostra que um caso varia muito mais o outro.
Nas minhas próprias aulas, aliás, à medida que vou ficando mais experimente e maduro nos assuntos, eu frequentemente paro as explicações para simplesmente fazer uns cálculos básicos e mostrar que eu não estou inventando afirmações.
Eu continuo escrevendo redações para treino, mas quando percebo que não consigo expressar por palavras, é porque na verdade não entendi e está na hora de voltar livros – e seus problemas numéricos.