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Bons livros lidos, Verão 2022-2023

Uma estação está acabando, e uma das coisas que gosto de fazer (pra variar, inspirado pelo Austin Kleon) é rever os livros que li nessa estação, para ver se há algum tema.

Apesar de que o ano passado foi supostamente o Ano de Ler e Escrever, a leitura de livros acabou ficando para trás, frente a estudos e escritas de notas. O verão que agora acaba marca uma volta muito profunda aos livros, como forma de entretenimento e como fonte das maiores ideias para seu trabalho, como PH Santos muito bem ilustra nesse excelente vídeo:

Excelente vídeo sobre usar livros para produzir outras coisas

Se o Ano atual é de Simplificar, o Verão foi a Estação de Simplificar as Finanças, e para isso I Will Teach You to be Rich, de Ramit Sethi, foi fundamental. Eu tenho grandes problemas com a criação de jargão artificial nessa obra, como um “Plano de Gastos Conscientes” e o “Método dos Envelopes”, que são apenas técnicas de orçamento (apesar de o autor jurar que você não precisa organizar o seu orçamento). Mas a sua abordagem prática em acumular pontos em cartão de crédito e em como organizar categorias de gastos de uma maneira realista tiveram grande impacto em mim. Esse livro me mostrou que, se eu otimizar os gastos fixos, cuidando da minha família, ao mesmo tempo em que tento investir um mínimo viável e de maneira inteligente, eu posso sim gastar com livros, se isso é realmente importante para mim.

Um livro que comprei desde que adquiri essa mentalidade e que já é um dos meus livros favoritos de toda a vida é Amigos, Amores e Aquela Coisa Terrível, o livro de memórias do Chandler de Friends. A sua maneira livre, honesta e profunda de escrever sobre problemas foi muito importante em algumas semanas particularmente depressivas. Os problemas existem; se você escreve sobre eles, eles não diminuem, mas também não aumentam.

Como inspiração para o trabalho, o duo de livros de Nathan Yau, Visualize This e Data Points (embora esse último seja bem raso e um pouco inútil para quem já sabe um pouco sobre visualização de dados), me ajudou a pensar mais como cientista de dados ao analisar resultados de simulações no meu emprego. Mesmo que eu não tenha aprendido nada de muito nova, ajudou-me a reforçar algumas ideias de organização de dados (lembrando que é sua tarefa fazer isso).

E agora: que livros me esperam no Outono?

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Linguagens de programação que todo pós-graduando deve saber: a Tríade da Ciência de Dados

Se você está iniciando em uma carreira de pesquisa, você vai ter de tratar dados experimentais ou numéricos e apresentar seus resultados. Não há escapatória além de aprender a programar, e isto vale para todas as áreas; John MacFarlane, por exemplo, é professor de filosofia e um grande nerd.

Para mim, existem três linguagens básicas que você deve saber e estudar continuamente, e vou apresentar na ordem em que acho que devem ser estudadas. Também, como eu sou o Fábio, eu vou dar dicas de livros, que ainda são muito superiores a simples tutoriais para realmente aprender algo.

Python

Se você está começando, este é um excelente primeiro passo. Python é uma linguagem simultaneamente fácil de aprender e poderosa; é bastante geral, e tem bibliotecas para processamento de arquivos, interfaces web e cálculo numérico e matricial.

Eu uso Python regularmente para meus projetos de Engenharia desde 2011. No meu mestrado, criei scripts para pegar os arquivos que o sensor de pressão da minha bancada escrevia e criar gráficos de pressão x tempo para cada teste que eu havia feito. No meu doutorado, criei dois programas que resolviam as Equações de Maxwell para duas geometrias diferentes de ímãs permanentes e calculavam o campo magnético gerado por cada uma. Atualmente, mantenho alguns programas de simulação de poços de petróleo e cálculo de propriedades de óleos.

Uma boa introdução geral é este livro, enquanto este aqui é excelente e mais voltado para área de dados.

R

Você pode usar Python para praticamente qualquer tarefa, mas sempre há benefícios em conhecer mais linguagens. Bjarne Stroustrup, criador da linguagem C++, diz que um salto fundamental para alguém que sabe programar é passar de uma para duas linguagens: o conhecimento de uma alimenta o estudo da outra.

Acontece isso comigo ao estudar R, uma linguagem voltada à Estatística. Embora eu não use muito scripts em R em si, o conhecimento que tenho da linguagem me faz pensar melhor na organização das tabelas de dados, e em como posso juntar todas as simulações que faço em uma única tabela que é filtrada e transformada (e.g. calcular a média de todas as linhas da tabela mestre que correspondem a uma mesma condição de pressão) para diferentes tarefas. Esse conhecimento me acompanha mesmo quando escrevo os programas em Python.

Estes dois livros são excelentes e fundamentais para começar a estudar dados de maneira mais séria.

Julia

Julia é uma linguagem bem mais moderna que as outras, e bastante focada na rapidez de execução. Novamente: ao estudar e praticar Julia, eu posso tanto escrever scripts nessa linguagem como pensar em como acelerar meus programas em Python e R. Se você já tem um sistema que quer otimizar, sugiro fortemente aprender Julia; o ecossistema de bibliotecas está crescendo rapidamente.

Uma boa introdução a Julia é este livro online.


Se você quer aprender mais sobre alguma dessas linguagens, diga aqui nos comentários!

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Resenha: Music: A Subversive History

O que a imagem acima, de um porto em atividade, tem a ver com a resenha de um livro de música? É esse justamente o ponto de Music: A Subversive History, de Ted Gioia.

Eu cheguei a essa obra por conta da excelente newsletter de Gioia e de uma entrevista com ele, que menciona o livro. Ted Gioia é um músico de jazz que, tendo de abandonar o piano por conta de problemas na mão, tornou-se um crítico de música excepcional, ao apontar grandes álbuns que nenhum algoritmo recomendaria (como ele fala repetidamente na sua newsletter – sério, vão lá assinar) e falar de detalhes que parecem adjacentes às músicas, mas que são fundamentais (a sua formação em filosofia provavelmente ajuda).

Liverpool é a terra dos Beatles, obviamente, e New Orleans o berço do jazz. Separadas por milhares de quilômetros de distância, e de culturas bem diferentes, estas cidades pobres e na periferia do poder são também cidades portuárias com um grande vaivém de pessoas, cada uma com sua tradição musical.

É isto que Music quer mostrar: que o desenvolvimento musical não vem de salas de concerto elitizadas, mas dos marginalizados. O que hoje associamos ao poder nasceu revolucionário. Hoje falamos de Mozart como um gênio que ninguém mais ouve, mas no seu tempo ele era uma celebridade que escrevia cartas (para seu pai) reclamando de seu apetite sexual voraz – alguma coincidência com nossa obsessão em acompanhar a vida amorosa dos músicos de hoje?

Gioia põe muita ênfase nos aspectos rituais da música. Como católico, eu posso confirmar com facilidade que a música na Missa faz parte do ritual, e não é um mero acessório (ainda que, para voltar ao mesmo tema, música na igreja era considerada subversiva até pouco tempo atrás). Os rituais das religões antigas envolviam muita percussão e sacrifícios (literais) – e Gioia fecha o livro se perguntando se o comportamento errático de músicos de rock não é também uma forma de auto-sacrifício, de entregar a própria vida pela música.

Acho que deu para entender que o livro é muito interessante. Porém… é longo demais. É muito fácil se cansar na leitura, e dá para perceber que o autor se perdeu no meio de tanta pesquisa e teve dificuldades em cortar detalhes e anedotas, sendo que em vários capítulos o ponto já estava estabelecido.

Assim, por mais que seja um deleite ver um mestre da escrita como esse escrevendo sobre temas verdadeiramente fascinantes, não posso recomendar a leitura do livro a não ser que você esteja realmente preparado, quase para estudar o livro.

Mais uma vez: assine a newsletter, e veja se você quer mergulhar fundos nos tópicos que ele traz.

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Resenha: A História da Ciência para quem tem pressa

Há algum tempo, resenhei um outro livro da série …para quem tem pressa, e os motivos de ler este novo título continua o mesmo (querer leituras leves em meses de muito agito em meio a um emprego novo). A conclusão muda um pouco, porém.

Acho que não preciso explicar o mote da obra: ilustrar o desenvolvimento das ciências em sete capítulos, cada um dedicado a um ramo (astronomia, matemática, física, química, biologia, medicina, geologia). Ao contrário de A história do mundo para quem tem pressa, que se dizia global e era bastante euro-cêntrico, este exemplar sobre a ciência consegue ser mais diverso e chama a atenção para a importância da ciência chinesa, indiana e árabe, diversas vezes salientando como os europeus demoraram para alcançar o desenvolvimento oriental – e a culpada, segundo as autoras Nicola Chalton e Meredith MacArdle, é sempre a Igreja Católica.

Apesar de curto, o livro é denso de informações, sendo várias delas novas para mim. Eu já havia ouvido falar de Ptolomeu (o astrônomo que propôs um sistema geocêntrico que depois foi contestado por Copérnico), mas nunca havia me atentado ao fato de que ele era cidadão romano, e não grego, e ainda por cima viveu depois de Cristo. A leitura em geral é fácil e agradável.

Minha maior crítica é que, em cada capítulo, parece que as autoras supõem que o leitor já domina o tópico, e apenas resumem o conteúdo. Para um leitor que seja completamente leigo e avesso a matemática, a própria explicação do sistema de Ptolomeu, citado acima, fica bem confusa (eu, com Doutorado em Engenharia Mecânica, tive que ler várias vezes até entender – e este é um livro que se pretende popular). As explicações sobre geologia, então, passaram quase batido por mim.

Portanto: leia pelo caráter histórico, para entender onde os grandes nomes se encaixam na linha do tempo, mas não espere aprender de fato sobre ciência.

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Resenha: A história do mundo para quem tem pressa

Não vou negar: eu comecei a ler A história do mundo para quem tem pressa não porque eu tinha pressa de fato, mas porque estava lendo dois outros livros (resenha em breve) muito pesados, e queria uma leitura mais leve. Consegui.

Dividindo em seis capítulos, a obra cobre desde as civilizações da Mesopotâmia até a independência da Nova Zelândia. Se a leitora está surpresa, como eu, em relação a escolher este ponto de finalização, minha hipótese é que a autora Emma Marriott falhou no próprio objetivo: prometeu um livro que vai além dos relatos típicos euro-centristas, mas não conseguiu se desvenchilhar do fato de escolher “o fim da colonização europeia na Oceania” quase como “o fim da história”, como se a Europa não tivesse mais para onde ir. Não nos enganemos: esse livro é totalmente contado do ponto de vista da Europa.

Além dessa falha de querer ser mais diverso que realmente é, acho que o livro assume que o leitor tem pressa demais. O subtítulo, Mais de 5 mil anos de história resumidos em 200 páginas, poderia ser corrigido para …em 250 páginas… e o livro teria muito mais impacto e profundidade.

Sendo raso assim, não há nenhuma grande tese ou argumento ensinado, mas não deixei de esclarecer algumas coisas, principalmente em relação a cronologia. Aprendi, por exemplo, que os astecas são muito posteriores aos maias (minha lembrança escolar das civilizações pré-colombianas fundiu-as em uma massa só, como se fossem todas contemporâneas), e que a habitação da Nova Zelândia pelos seus povos nativos é muito mais recente que a habitação da Austrália (em alguns milhares de anos).

Portanto: não espere de fato aprender muito sobre a história do mundo. No máximo, o leitor pode selecionar alguns tópicos e aprender mais sobre eles. Ou simplesmente encarar como uma leitura de entretenimento superior às redes sociais – o que de fato é.

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Resenha: Mostra-me o teu Rosto

Mostra-me o teu Rosto é um dos melhores livros sobre Cristianismo que eu já li.

A leitora que é cristã, sabe o que é realmente ser cristã? Sabe o que ir um passo além de cultos ou missas, rituais, procedimentos? Sabe orar, comunicar-se com Deus?

O prefácio deste livro expõe logo a sua tese: há cristãos que cumprem as regras da sua religião (seja qual denominação seja), dizem-se cristãos mas, quando querem algo a mais, vão buscar fora da Fé. A palavra transcendental virou sinômino de religiões orientais, de meditação, de experiências psicodélicas (muitas vezes associadas a drogas) – e que o Frei Ignácio Larrañaga quer mostrar é que o Cristianismo é místico e transcendental por natureza.

Para deixar claro: se você não se identifica com Jesus Cristo e quer mergulhar nas tradições budistas, hindus, de matriz africana, o leitor deve ir atrás e encontrar uma igreja que verdadeiramente o acolha. Mas se você se sente pertencente em alguma igreja cristã, é possível se aprofundar.

Mostra-me o teu Rosto deve ser lido como companhia dos momentos de oração, os Tempos Fortes como chamamos nas Oficinas de Oração e Vida, e não deixa de ser um curso – quase um livro-texto. O autor, sacerdote capuchinho, não deixa de expor teorias teológicas e trazer comentários da Bíblia, mas também propõe exercícios de oração – inclusive orar com auxílio da própria Bíblia, orar com mantras (sim, isso existe no Cristianismo), orar imaginando-se na companhia de Jesus.

Rotina matinal

A obra está divida em 6 capítulos (extensos demais, na minha opinião), que seguem bem a estrutura de um curso. Nos primeiros, Larrañaga introduz o que é orar e traz passagens bíblicas de personagens se comunicando com Deus (o exemplo mais é Moisés). Depois, propõe exercícios de como trazer isso para a vida cotidiana, e culmina com discussões cristológicas de quem foi Jesus e como imitá-lo.

Portanto, este é um livro para todos os cristãos – apesar do autor ser um padre católico, não creio que exista nada que seja proibitivo para outras denominações. Após um período, reconheço, meio relapso no hábito de orar, eu tenho tentado voltar a fazer isso logo que acordo – e isso dá a deixa para um dia melhor. Mostra-me… foi um um grande animador e incentivador deste hábito.

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5 livros de engenharia que uso nas minhas disciplinas

Por nenhum motivo em particular, aqui vão os 5 livros básicos que uso para preparar as minhas aulas:

  1. Incropera – Fundamentos de Transferência de Calor e de Massa – a maior referência; mostra todos os tópicos relevantes (e que aparecem na prática de projetos reais), desenvolve a teoria com rigor, e mescla exercícios leves e pesados. Um clássico justificado.
  2. Termodinâmica de Çengel e Boles – já falei sobre esse autor aqui, que escreve livros super didáticos mas levemente fáceis. O livro de Termodinâmica, porém, é bastante completo e tem exercícios mais avançados que os das outras disciplinas. Uso como referência sempre que quero desenvolver melhor algum tópico mais “básico” nas minhas disciplinas mais aplicadas.
  3. Motores de Combustão Interna de Franco Brunetti – bastante mal escrita, notação confusa, exercícios errados… mas um livro texto muito atualizado sobre motores e que engloba muitos tópicos importantes. Eu costumo complementar a discussão teórica com exemplos e explicações do livro do Çengel e acima e com o maravilhoso Internal Combustion Engine Fundamentals do Heywood (mas a edição que tenho é bastante antiga)
  4. Refrigeração e Ar Condicionado de Stoecker e Jones – esta é um problema; o livro é muito bom, une teoria e prática, mas preciso desesperadamente achar um livro de refrigeração atualizado (os fluidos discutidos neste livro nem podem ser mais usados, por exemplo)
  5. Geração de Vapor do Bazzo – o único livro-texto sobre o assunto; sério: para preparar a minha disciplina eu pesquisei ementas de disciplinas similares em todo o Brasil e todas usam esta bibliografia. Existem outros livros, mas são de referência e não para ensino. Apesar de antigo, não chega a ser desatualizado e é muito bom e completo.
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Risco e recompensa ao escolher um livro de Engenharia

Em The Millionaire Fastlane, MJ DeMarco faz um paralelo entre três abordagens para enriquecer. Não vou detalhá-las aqui, e o livro é de leitura interessante (embora algumas partes me irritem), mas a ideia é que, ao passar de um nível para outro, seu risco cresce um pouco mas as recompensas crescem de maneira acelerada, de maneira que não faz muito sentido outra coisa a não ser escolher a “via rápida de se tornar milionário” (na visão do autor).

Eu estou, no momento, estudando bastante para um concurso para Professor na área de Mecânica dos Fluidos, e ao comparar 3 opções clássicas de bibliografia fiquei pensando que essa analogia, esta comparação entre risco e recompensa, serve para escolher um livro adequado.

Eu já falei aqui do meu amor pelos livros do Çengel. Para mim, são os livros melhor produzidos do mercado, e o de Mecânica dos Fluidos é assim: o texto é fluido, as imagens são muito didáticas e de qualidade, a quantidade de informações disponíveis é ampla… mas são livros fáceis, que não me forçam a navegar no desconhecido.

O outro extremo é o livro provavelmente mais famoso da área, de Fox et al. É um livro difícil, chato de ler, confuso na explicação, com exercícios que fritam o cérebro. Eu nunca gostei.

Pessoalmente, tenho estudo pelo livro do White. Embora talvez não seja tão profundo e desafiador quanto o do Fox, é imensamente mais didático, de maneira que não faz sentido; você consegue de fato avançar na leitura e nos exercícios. O pequeno aumento do risco de não ser tão completo quanto o outro é mais que compensado pela sua didática.

A leitora também tem de lidar com escolher livros de níveis diferentes para uma mesma área?

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Lendo livros de que você discorda

Talvez seja a inflação, mas ando obcecado por livros sobre carreira e finanças, e estou praticamente lutando contra três livros de contextos muito diferentes – e quando eu digo lutando, eu estou quase no ponto de gritar sozinho bem alto para ver se os autores ouvem.

Como estudar para concursos:você deve deixar uma foto de algo que você queira comprar quando passar no concurso dos sonhos; eu tinha uma foto de um carro”

Eu: “passar em um concurso = vencer na vida = ter um carro esportivo? É isso a vida?”

The Millionaire Fastlane: “trabalhar e ir para a faculdade é coisa de idiota. Todos são idiotas. Você, leitor, provavelmente é um idiota que investe em ações. Eu sou rico porque não trabalho, não me importo se esse livro não vender nada porque não preciso, só quero saber de dirigir meus carros esportivos”.

Eu: “mas que diabo de masculinidade é essa que diz que certificado de sucesso é carro adesivado? Se eu ganhasse muito dinheiro, eu compraria todos os gadgets possíveis alguma coisa racional e estável, como uma casa para ver minha família crescer.”

Your Money or Your Life: “você precisa contabilizar cada centavo que você já ganhou na vida para ter um retrato preciso da sua riqueza; precisão é honestidade“.

Eu: “por favor, eu sou engenheiro; precisão demais é trabalho, tempo e dinheiro desperdiçados”.


Mesmo assim, eu sigo lendo os livros, justamente porque eles me forçam a pensar, mesmo sobre o que eu discordo. Eu estou estudando para alguns concursos, mas encaro como um degrau na carreira e não como a linha de chegada, e se eu melhorar em 1% minha técnica de estudos está ótimo. Eu sei que trabalhar e investir não é receita de sucesso, é preciso empreender, e eu quero aprender a fazer isso. E eu não quero contar os centavos que ganhei no passado, mas quero sim ser mais intencional sobre os que eu ganho e gasto no presente e no futuro.

Há muitos anos li algum artigo em alguma revista (provavelmente a Veja) uma opinião de algum intelectual que à época devia ser famoso no Brasil, reclamando da popularização do mercado de livros de auto-ajuda, porque “livros são para causar desconforto”. A leitora concorda?

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Livros lidos, Verão 2021-2022

  • O Cavaleiro da Morte (Crônicas Saxônicas #2), Bernard Corwnell – não sei se era essa a intenção do autor, mas eu desprezo o protagonista briguento, mulherengo, mau pai; só acho fascinante o ambiente dos conflitos entre os britânicos nativos da Grã-Bretanha e Irlanda, os saxões que vieram depois deles, e os dinamarqueses que vieram depois destes. Recomendado para os fãs de ficção histórica.
  • SPQR, Mary Beard – um excelente tratado geral sobre a história de Roma Antiga, propondo-se a derrubar clichês. A influência dos Romanos sobre nós é maior do que se pensa: os candidatos precisavam doa votos dos eleitores , mas havia manipulação de eleição aos montes; gente que ia em bares era mal-vista; e as mulheres não tinham voz política alguma. Foi uma excelente leitura para parar de pensar em termodinâmica.
  • Harry Potter e a Pedra Filosofal: apesar das polêmicas envolvendo a autora, resolvi aproveita uma promoção da Magalu, comprei um box dos livros e reli. É fantástico, mas mais infantil que eu lembrava. Apenas aproveite o entretenimento.
  • Mostre seu trabalho! – do meu ídolo, Austin Kleon (de quem aliás eu roubei essa ideia de postar essas listas). Em vez de pensar em conflitos do tipo “doutorado não rende nada, hoje em dia a criançada quer estar no TikTok”, por que não pensar em usar as redes sociais como ferramenta profissional? A cada trabalho sério que você faz, selecionar algo que você pode compartilhar para ajudar os outros. Aprender em público. Além deste blog, siga-me no Instagram e no LinkedIn para ver como tenho tentado documentar e compartilhar mais coisas sobre meu trabalho.