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Meu setup no Todoist: lista de estudos

Na sua teoria de fluxo, Mihaly Csikszentmihalyi fala que um dos fatores que fazem as pessoas encontrarem prazer no seu trabalho (sem se tornar workaholic) é adicionar variedade: você nunca fica entediado, ao mesmo tempo em que não têm uma atividade âncora na qual pode ficar viciado e não querer/conseguir fazer mais nada.

Ontem, falei de como ordeno minhas tarefas no Todoist para colocar as mais antigas no topo da lista. Aqui está a minha lista de tópicos a estudar, tanto para me preparar para concursos quanto para reforçar assuntos que preciso passar aos alunos:

A prioridade hoje parece resolver exercícios de Mecânica dos Fluidos – e repare como eu coloco etiquetas de assuntos (com cores diferentes) para identificar qual é o tópico da vez, e também para garantir a variedade de que falei: há tarefas de ler, e tarefas de resolver exercícios; há tarefas de várias áreas diferentes, que referenciam livros diferentes. Todo dia, quanto sento para estudar, há um desafio novo. Como professor de 5 disciplinas diferentes, isso me ajuda a ver conexões entre os tópicos.

Após resolver os dois exercícios no topo da lista, e tentando ser o mais específico na hora de resolver, imaginando como explicaria isso para algum aluno, eu decidi que está na hora de passar para uma próxima seção; então adiciono uma nova tarefa nessa lista – mas, por causa da ordenação, a nova tarefa foi para a parte de baixo deste projeto:

Assim, na próxima vez em que for estudar, vou descansar a cabeça de Mecânica dos Fluidos e me dedicar um pouco à Transferência de Calor. Na vez seguinte, vou estudar Termodinâmica. Eu nunca estou entediado e nunca hiper-especializado em um assunto apenas; quando chegar a vez de fazer algum concurso, eu não vou estar muito adiantado em um tópico e completamente atrasado em outro.

Eu roubei essa ideia em partes dos ótimos textos da Thais Godinho sobre ciclos de estudos. Espero que isso ajude a leitora a encontrar mais motivação e prazer ao estudar.

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Meu setup no Todoist: tarefas a fazer em um iPad

Não é deja vu: eu já escrevi sobre trabalhar com um iPad, incluindo quais apps uso, que tipo de tarefas dá para fazer, quais acessórios carrego comigo. Mas naquele texto eu prometi uma continuação falando do meu setup no Todoist: como sei no que trabalhar no iPad? Com um ano de atraso, aqui vai.

Vou tentar documentar uma sessão típica de trabalho. Neste mês de janeiro, estou tentando avançar em projetos profissionais importantes, sem estresse, nas minhas férias. Para evitar sobrecarga, eu foco em dois grandes projetos por dia: de manhã, estudar tópicos variados para concursos (e também para sempre me aprimorar), e de tarde em papers a serem publicados. Hoje à tarde, então, eu abri meu Todoist e abri minha etiqueta de Channel2, que é como chamo os meus projetos vespertinos:

Eu ordeno as tarefas com as mais antigas no topo, para evitar apenas fazer o mais urgente e esquecer tarefas que criei lá atrás. Após notar que realmente não há nada urgente, eu percebo que é preciso ler um artigo, e que esta tarefa está categorizada a ser feita no meu iPad Air. Eu sigo totalmente o conselho da Thais Godinho de usar o recurso de “projetos” do Todoist como na verdade “listas” genéricas. Os meus projetos são gerenciados no Trello.

Então, mãos à obra:

Eu leio, com toda a atenção, enquanto uma música de foco do Headspace fica tocando. Após ler o bendito artigo, tomar notas, refletir, sublinhar algumas passagens, eu decido que minha leitura está completa. Essas notas, porém, precisam ser processadas, isto é, virar notas no meu Zettelkasten e referências no artigo que estou escrevendo. No Todoist, eu crio uma nova tarefa a ser feita outra hora, mas em outro contexto:

Mas, se eu tenho tempo sobrando, ainda estou disposto a trabalhar, o que mais é possível fazer no iPad? Para aproveitar o contexto em que estou, eu tenho um filtro no Todoist onde listo tudo que é possível fazer no iPad:

Deixem nos comentários se querem saber como funciona esse filtro

Ok, parece que é hora de ler mais um outro documento, então vamos lá:

Dessa maneira, se meu computador está desligado, ou se estou em outro lugar que não o meu escritório, sempre há algo significativo a fazer com a ferramenta que tenho em mãos.

Querem ver mais posts sobre Todoist?

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É certo trabalhar em metas nas férias de verão?

Em janeiro de 2022, eu estou, pela primeira vez na vida, em férias remuneradas. Mesmo assim, hoje, 17 de janeiro de 2022, eu sentei para trabalhar.

Eu não me sinto culpado por isso porque o verbo trabalhar acima está bastante vago. Eu não estou corrigindo provas nem preparando aulas, e me recuso a fazer isso enquanto minhas férias oficiais não terminarem. Mas há outros desenvolvimentos profissionais importantes que justamente agora, sem obrigações de 17 horas-aula por semana, podem ser avançados.

Eu estou trabalhando como Professor Substituto, mas quero me tornar efetivo um dia. Para isso, só há uma maneira: estudar assuntos que caem em concursos públicos para professor e melhorar meu currículo. Assim, hoje de manhã, sentei na minha mesa pela primeira vez no ano para algo realmente profissional: esbocei redações sobre temas de termodinâmica e reli alguns textos do assunto para aquecer o cérebro; de tarde, examinei alguns artigos a serem incluidos na revisão bibliográfico de um paper que estou escrevendo com meus orientadores de doutorado. Bônus: isso indiretamente ajuda o meu trabalho principal de professor e não vou estar enferrujado quando as aulas recomeçarem.

Se o meu tema de 2022 é Ler e Escrever (dois verbos que resumem bem o dia de hoje), o meu tema para o Verão 2021-2022 é O verão da história, e estou usando o termo dúbio em português: ao mesmo tempo que eu estou trabalhando mais nos meus objetivos de longo-prazo (especilamente me preparar para concursos) e refinando meus hábitos pessoais (exercícios, meditação, oração, piano) para, perdoem o clichê, escrever a minha própria história, eu tenho usado livros de história para relaxar e não pensar em nada sobre termodinâmica (no momento: um livro sobre Roma Antiga, um livro da série Harry Potter que estou relendo, um romance na Inglaterra invadida pelos vikings, um livro sobre justamente “escrever a sua história” – resenha de todos assim que acabar de lê-los).

E o leitor, consegue realmente aproveitar as férias, ou, assim como eu, não consegue sossegar?

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Livros lidos, Outono 2022

Veja a minha lista de livros lido na estação anterior

  1. O Caminho do Artista, Julia Cameron – muito mais religioso que o esperado, aborda como podemos usar a escrita diária de 3 páginas matinais para nos curar de angústias passadas, e propõe exercícios de escrita, como escrever uma carta de desculpas, ou relatar a sua infância (algo que me fez lembrar de Bird by Bird, que li no ano passado). Para alguém que gosta de escrever como eu, esse livro é sensacional e propõe muitas reflexões. Estou frustrado ou ansioso com algo? Pego meu caderno e derramo todas as preocupações no meu caderno – e encontro solução todas as vezes, apenas pelo ato de escrever.
  2. The Power of Story, Jim Loehr – o começo tem clichês demais e conteúdo de menos sobre construir a vida que você quer através de uma narrativa, do tipo “que história vão contar de você quando morrer”. Após os dois primeiros capítulos, esse livro começou a conversar com o livro acima e propôs vários temas para minhas páginas matinais onde eu pude refletir sobre diversas áreas da minha vida, e identificar problemas. Assim como o blog da Laura Vanderkam, ajudou-me a parar com a narrativa de “eu não tempo para me exercitar” e aceitar que sou eu que não dou um jeito de encaixar isso.
  3. O Espetacular Homem-Aranha – O Nascimento de Venom, David Michelinie & Todd McFarlane – estou, muito tardiamente, tentando entrar no mundo dos quadrinhos Marvel. Uma pergunta: todas as histórias do Homem-Aranha são narradas por ele mesmo (“agora vou lançar minhas teias nele”)?
  4. Homem Aranha: Carnificina Total, vários autores – outra graphic novel, mas esta muito mais no sentido de “aventuras por Nova York”, e menos sobre a relação de personagens
  5. Aprendizagem baseada em Projetos, William N. Bender – um dos piores livros de pedagogia que li, e um exemplo de “livro que poderia ser um post de blog”. Além disso, os exemplos onde o autor (americano, velho, branco) quer gamificar a escravidão me deixaram extremamente incomodado.
  6. Siga em frente, Austin Kleon – adivinhem quem é o autor? Tema do livro: rotinas, rotinas, rotinas, nos dias bons e nos ruins.
  7. A Mind at Play, Jimmy Soni & Rob Goodman – biografia de Claude Shannon, o pai do conceito de Informação como usamos hoje (como em “Tecnologias da Informação”, por exemplo). Acho que os autores romantizam demais a não-seriedade de Shannon; além disso, como professor que eu sou, sei que o exemplo de um professor do MIT que mal dá aulas e faz pesquisa, e está ali apenas para adicionar prestígio, é a exceção da exceção.
  8. Os Senhores do Norte, Bernard Cornwell – excelente romance histórico, e o primeiro desta série que me fez ficar com raiva genuína dos vilões, e também realmente alegre quando as coisas davam certo.
  9. Divergente, Veronica Roth – uma história jovem, jovem demais para mim, mas é entretenimento puro. No nosso mundo de 2022, fala-se muito em liberdade como a coisa mais importante do mundo; o que acontece quando isto explode, e um mundo surge onde o individualismo é declarado inimigo público, e você só pode fazer o que importa para a sua comunidade?
  10. Harry Potter e a Câmara Secreta, J. K. Rowling – outra história jovem demais para mim, mas ao contrário do livro acima, que foi novidade, esse vale pela nostalgia de reler. É um dos livros menos notáveis da série, de maneira que não tenho mais comentários.
  11. Your Money or Your Life, Vicki Robin & Joe Dominguez – não é à toa que é um dos melhores livros sobre finanças das internets. Para que serve mesmo o dinheiro? E quando você realmente ganha de salário, se tem de descontar por exemplo o tempo e a gasolina gasta nos deslocamentos?
  12. Os sussurros do caos rastejante, texto de Fábio Yabu com desenhos de vários artistas – a graphic novel do #NerdcastRPG, e um dos melhores livros que li nesse ano. Uma sucessão de histórias sobre família, loucura, religião, ciência.
  13. Flow: Living at the peak of your abilities, Mihaly Csikszentmihalyi – o único audiobook desta lista. Li pensando ler um livro sobre produtividade, descobri que é sobre felicidade.
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2022: O Ano de Ler e Escrever

O meu tema para 2022 é Ler e Escrever.

Esta escolha começou em dezembro de 2021, quando eu percebi que fechei o mês finalizando a leitura de 7 livros (nem todos iniciados em dezembro) e que isso me dá uma satisfação muito grande. Estruturar minha vida de maneira a priorizar o contato com livros é algo que ressoa (um termo importante no vídeo linkado acima) muito com minha personalidade, contribui para minha saúde mental e contribui positivamente para meu desenvolvimento pessoal e profissional.

Ter um tema significa priorizar essa ideia sobre outras. De férias na praia, assim que saio do quarto eu já trago meu livro (no momento O Cavaleiro da Morte, de Bernard Cornwell) e deixo o celular longe. Neste exato momento, em vez de assistir a alguma série, eu estou sentado escrevendo isto e organizando meus pensamentos para o ano que inicia.

Além do prazer pessoal, esse tema tem motivações profissionais: os grandes projetos que quero realizar em 2022 envolvem leitura e escrita de alguma forma. Concursos para professores envolvem estudar e escrever redações e propostas. Eu quero voltar a trabalhar mais com pesquisa, e tenho 2 artigos científicos engavetados que precisam sair neste ano. Para atualizar minhas aulas, eu preciso ler mais referências contemporâneas.

Assim, quando em dúvida do que fazer em 2022, eu vou ler e escrever.

E você?