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Learning To Love Photo Management

Eu não gosto de tirar fotos, embora goste de ter recordações, mas eu
absolutamente detesto organizar fotografias. O iPhone simplificou e ao
mesmo complicou isso: eu não preciso mais de uma câmera digital, mas ao
mesmo tempo como diabos eu tiro as fotos dali? E se eu passar para o meu
computador, como posso mostrá-las para alguém quando não estou com ele
por perto?

Bradley Chambers lançou esse livro chamado Learning To Love Photo
Management
 que trata dessas questões. Eu ainda estou lendo, mas
baseado numa leitura rápida já deu de ver que valeu a pena. Chambers
criou um método de organização e compartilhamento usando o mínimo de
ferramentas.

Esse livro também representa uma categoria que acho muito interessante:
livros práticos, curtos, cheios de informações valiosas, distribuídos
facilmente pelo iBooks e baratos.

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Begin

Ben Brooks:

The bookkeeper at my company used to (she is now retired) have this
routine — it was something like this:

  • Sit down at her desk with coffee in hand.
  • Grab a stack of recycled paper bits that are about 2/3 the size of
    a full page of paper — all unlined — held together with a binder
    clip.
  • With her half-chewed Bic in hand she would then proceed to write
    down her todos for the day.

Quando você mergulha no mundo da produtividade, é fácil se enrolar no
mar de apps que prometem fazer suas tarefas por você. Brooks ajudou a
produzir um app que tenta simplificar ao máximo o gerenciamento de
pendências – ou você seleciona algo para fazer hoje, ou deixa para
amanhã.

Eu não estou interessado em testar mais um app, mas sempre gosto
quando alguém diz que é a tecnologia que deve nos servir, e não o
contrário.

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Por que usar uma balança na cozinha

Na última edição de The Magazine, Joe Ray escreveu esse excelente
artigo sobre a importância de se usar medidas baseados na massa, e não
no volume, dos ingredientes de receitas culinárias. Segundo ele, isso
torna as receitas muito mais reprodutíveis, além de necessitar apenas de
uma balança (em contraste com um conjunto de
medidores-colheres-tigelas).

Se o leitor não se importar, deixe eu acrescentar um pouco de
termodinâmica à sua explicação. Vocês sabem, coisas de engenheiro.

O principal argumento a favor de usar a massa e não o volume como
referência é que, pondo de maneira simples, a massa é uma medida
absoluta
da quantidade de matéria, enquanto que o volume é uma
propriedade termodinâmica. Quando você diz “1 kg de água”, isso quer
dizer a mesma coisa aqui, no Japão e na Estação Espacial Internacional.
Com essa informação, é possível saber exatamente a quantidade de
moléculas de água. Um quilograma é um quilograma, definido conforme o
padrão internacional (que está variando). Porém, “um litro de água”
não é nem de longe tão preciso. O bom engenheiro, ao ler uma receita que
pede um litro de algum líquido, imediatamente se pergunta: “a que
pressão e temperatura?”.

Considere uma garrafa de água colocada no congelador. A garrafa estufa
e eventualmente estoura. O seu volume aumentou, sem que você tenha
adicionado água. Ou seja, o volume não indica de maneira precisa quanto
de água há.

É claro que essas variações de volume da água (e da maioria das outras
substâncias usuais na cozinha) em relação à temperatura são pequenas
nas condições ambientes (caso contrário haveria erros grosseiros), mas
existem três agravantes:

  1. Os pequenos erros (aqui entendidos como a diferença entre a
    quantidade correta de um determinado ingrediente que a receita
    pede e aquele que você efetivamente adiciona, baseada no volume) dos
    diversos ingredientes se somam
  2. A medição de volume é bastante subjetiva (você tem de comparar um
    risco num copo com o nível do líquido) enquanto que com uma balança
    digital você lê diretamente o valor
  3. A medição de volume de pós é altamente dependente da quantidade de
    ar entre os grãos. Experimente medir duas xícaras de farinha antes e
    depois de sacudir o recipiente

O uso de uma balança na cozinha surte mais efeito em receitas que exigem
maior controle, como o autor mesmo fala. Mas isso não quer dizer que
você não possa se beneficiar.

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Como Usar um Computador

Alex Payne publicou em 2008 um texto excelente sobre o que ele chama
de computing happiness, o que eu traduzo como “felicidade na
computação”. O título pode parecer estranho, já que o pensamento usual é
associar a felicidade a momentos em que estamos longe do computador:
lendo um livro, viajando com a pessoa amada, curtindo com os amigos,
passeando com a família. Concordo com tudo isso, mas, a partir do
momento em que admitimos que precisamos usar um computador, seja como
ferramenta de trabalho e seja como facilitador da nossa vida pessoal, é
melhor que o façamos de uma maneira que seja a mais agradável possível.
É quando “essa merda desse computador não para de travar” se torna menos
frequente que “esse programa é muito bom, como eu só descobri ele
agora?”. Você incorpora o uso mais consciente do computador (um
conceito que se tornou fundamental na minha filosofia de vida) na sua
rotina e fica alegre com isso. O que deveria ser um trabalho acabando se
tornando uma atividade que você faria normalmente, porque você descobriu
programas ou técnicas que facilitam muito a tarefa em mão. Imagino que
seja isso que ele quis dizer com happiness.

O texto é simples e curto mas, sem exagero, é um dos mais marcantes que
li. Desde que tive contato com ele (no começo desse ano), passei a
questionar cada vez mais o meu uso do computador. O que estou fazendo é
necessário? E se é, estou fazendo da melhor maneira possível?

Recomendo fortemente que você leia essa lista e reflita sobre o assunto.
Aqui, agrupei os itens nas suas principais ideias, e dou a minha opinião
sobre as mesmas.

Use o software e o hardware certos para cada tarefa, e não mais que isso

Essa é a ideia central do texto. Você não precisa de milhares de apps e
programas, e os que você precisa, você deve usar para a coisa certa. O
seu browser não é o seu sistema operacional; ele serve para acessar
páginas na Web e alguns web apps. Vejo muita gente com o Chrome ou o
Firefox com mil extensões, que prometem fazer tudo, e fico me
perguntando se essas pessoas sabem que existem outros programas, mais
apropriados para cada tarefa.

E tem aquele programa que é a peça de software que eu mais odeio no
mundo, e que você provavelmente adora, que é o Word. Se você tem de
escrever um documento composto apenas de texto, com formatação básica, e
poucas figuras (três é o limite para manter a sanidade mental), ótimo.
Se você tem de colocar figuras com legendas, referências bibliográficas,
equações, e fez isso no Word… eu sinto muito pelos meses da sua vida
que você perdeu reabrindo o Word depois de ele travar, para logo em
seguida ter de rearrumar todas as figuras e suas legendas.

Na mesma linha, você não precisa de um super computador para ver o
Facebook e escutar músicas. Atualmente, laptops já estão bem mais
poderosos e ainda tem o adicional da portabilidade. E como já falei,
não tente usar o seu smartphone para tudo, porque ele existe para
complementar o seu computador tradicional.

Você também não precisa de milhares de periféricos. Um monitor grande,
para ficar mais confortável, um bom conjunto de teclado e mouse, e um HD
para backups. Se for comprar algo diferente, pense bem se realmente
precisa (como aquele leitor de digitais que é super importante porque
você trabalha no meio de agentes secretos).

Use Mac no seu computador e Linux para servidores

Embora eu concorde, reconheço que é muito dependente do gosto pessoal.
Eu já usei Windows, já usei Linux (no desktop) e uso um Mac, e pela
minha experiência, essa é a ordem de usabilidade, do pior para o melhor.

Tenho certeza absoluta que a grande maioria das pessoas usa Windows por
comodismo. Foi o sistema que elas sempre usaram, já estava instalado
quando compraram o computador e o Office funciona (pirateado, com
certeza). É exatamente essa a estratégia da Microsoft, licenciar para um
grande número de fabricantes de hardware de maneira a dominar o mercado.
E essa é também a maior fonte de problemas: a grande diversificação
produziu computadores ruins, com configurações levemente acima das
mínimas e milhares de programas inúteis pré-instalados. Com isso o
sistema se torna pesado, trava, demora décadas para inicializar.

Já tive minha fase de experimentar com algumas distribuições Linux. É
ótimo: existe uma comunidade ativa de usuários, que adora resolver
problemas; existem uma infinidade de opções de sistemas e programas; e é
quase tudo de graça não porque as pessoas não querem pagar, mas
porque os programas são abertos e todos podem modificá-lo (o pagamento é
o tempo e a disposição de contribuir com o código do programa). Por que
eu não uso mais? Quando voltei para o Windows, estava precisando de
alguns programas específicos (estava no fim da faculdade). Agora, com
toda a sinceridade, tenho certeza que, se eu tiver a disposição, eu
migro do Mac para o Linux de novo. É só uma questão de me acostumar com
novos programas. Talvez eu faça isso.

O que me atrai no Mac? Eu comprei um porque queria testar. E o sistema é
rápido, quase não trava, e o hardware é otimizado para aquele software
(já que a Apple fabrica os dois componentes). Sem contar a opção de
excelentes aplicativos, num mercado de softwares muito vibrante. E
claro, ainda há a integração com iPhones e iPads.

No servidor, não há disputa. Tarefas que exigem grande volume de
configurações precisam da versatilidade de um sistema aberto como o
Linux.

Minha sugestão? Se você está satisfeito com o Windows, ótimo. Se não,
tente identificar os pontos que incomodam e teste os os outros sistemas.
Só assim você pode ter uma opinião formada.

Use softwares que você domina e, se necessário, pague para eles.

Como falei acima, se você tem de usar um software que não é livre (i.e.
um software fechado, que apenas os proprietários podem modificar), deve
pagar por ele (para ajudar a sustentá-lo).
Ao mesmo tempo, pagar por algo que você não conhece é arriscado. A
grande maioria dos softwares (pelo menos aqueles que vale a pena usar)
tem versões demo; use, teste, veja se ele vai acrescentar. O tempo de um
mês da maioria dos demos é suficiente. Se gostar, pague, já que ele vai
realmente acrescentar na sua vida. É melhor que uma calça que você tem
de decidir depois de provar num provador apertado, com o vendedor
dizendo que ela ficou ótima em você.

Quando você decidir comprar e usar o software, ótimo. Agora honre seu
tempo e domine-o. Não seja um analfabeto digital. Explore o máximo,
arrisque, pesquise, seja aquela pessoa para quem todos vão perguntar
“como eu faço isso nesse programa?”.

Use formatos abertos

Muitos programas guardam os dados num formato proprietário, que apenas
aquele programa consegue abrir. Evite isso. Depois, se aparecer alguma
alternativa melhor, você tem de continuar usando só porque todos os seus
arquivos estão naquele formato. É como fotos: elas estão em formatos
padronizados, .jpg, .png etc. Você usa então programas que modificam
esses formatos, ou que organizam as fotos de uma ou outra determinada
maneira. Quando você quiser trocar de programa, as fotos estão mantidas.

O formato mais simples possível é o texto puro, plain text do inglês.
É o que se cria em editores de texto (não processadores) como o Bloco de
Notas (no Windows), TextEdit (no Mac), Notepad++, TextMate, vim, Emacs,
Sublime Text, Byword (onde este texto está sendo escrito). Os programas
se diferenciam então pelo que eles podem fazer com o texto: reconhecer
linguagens de programação, executar comandos avançados de editar
múltiplas linhas, substituir múltiplas ocorrências de uma palavra por
outra, criar macros que transformam o texto (tornando maíscula todas as
iniciais, por exemplo), exportar para formatos de publicação como HTML
ou PDF. Mas por baixo disso está o confiável .txt. Se eu quiser trocar
de programa ou mesmo de computador o arquivo está lá, intacto.

Enquanto isso, você está usando o Word 97, e não consegue abrir aquele
maldito .docx que o seu colega lhe enviou.

Conclusões

Você não precisa seguir essas regras, como Alex diz. O que você precisa
é entender qual o seu uso do computador e se questionar se algo precisa
mudar. E então trabalhar para fazer o computador uma ferramenta, e não
um empecilho ao seu trabalho.

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O iOS precisa de um futuro?

Federico Viticci recentemente escreveu sobre sua lista de desejos para
a próxima versão do iOS
, o sistema operacional do iPhone, iPod Touch
e iPad, a ser lançada provavelmente em junho. Ele não é o único,
claro. Existem muitos relatos do tipo, de gente sonhando (em vão, na
minha opinião) que a Apple voltará a ser a empresa revolucionária de
antes, lançando produtos geniais que definem o mercado. O próximo iOS
tem de ser muito melhor que o atual, e vai nos permitir muito mais
controle, e vai ter muito mais recursos, e, e, e…

Criamos tantas expectativas, queremos algo tão awesome, que depois
ficamos decepcionados que o novo iPhone (tanto o aparelho quanto seu
sistema) não lê nossos pensamentos. Eu vi isso acontecer no ano passado
e vai acontecer de novo.

O problema dessas listas de desejos é que as pessoas querem que o iPhone
(estou usando o smartphone como símbolo dos dispositivos) se transforme
em duas coisas, simultaneamente:

  1. Em um computador completo que cabe no bolso
  2. Em um Android

O iPhone não é o seu computador principal

Eu não preciso que o iPhone se transforme num substituto de um
computador, e duvido que alguém precise. Um smartphone foi projetado
para complementar um computador. Você pode fazer muitas coisas com
algo do tipo: acessar a internet, escutar músicas, processar emails,
organizar o calendário, tirar fotos, jogar games. Mas quando se parte
para uma escala maior, as restrições começam a incomodar mais que a
conveniência supostamente facilita. Eu escrevo muitas coisas no iPhone,
fragmentos de ideias que se transformam em textos maiores; mas eu jamais
escreveria minha dissertação em um celular. Eu tiro (poucas) fotos, mas
não as organizo cuidadosamente. Eu navego por sites aleatórios, mas não
faço uma pesquisa mais cuidadosa, separando e catalogando links. Um
smartphone não foi feito para isso.

E nem deveria ser feito. Quando o sistema começa a ficar muito complexo,
perde-se a conveniência. Deixamos de ter algo pensado para ser portátil
e carregamos num bolso um laptop com a tela menor. A necessidade de
reproduzir todos os features levaria a um dispositivo certamente
horrível de usar. E o iPhone ganhou fama por ser ridiculamente fácil de usar.

Outra crítica muito frequente, de que o iOS é muito fechado, é
completamente absurda. O sistema não permite que os aplicativos se
comuniquem abertamente uns com os outros, e não existe um sistema de
arquivos que seja compartilhado por todos os programas. Isso dificulta a
criação de scripts que automatizam o iOS… Mas é isso mesmo? Queremos
operar um smartphone por linha de comando?

É claro que muitos desses desejos se aplicam ao iPad, que teria muito
mais potencial para susbtituir o computador. A tela é maior, com um bom
teclado (convenhamos, o teclado do iOS é uma bosta) pode se transformar
num editor de textos, e é excelente para ler e anotar PDFs. Mas eu não
quero que ele substitua o meu computador, pelo mesmo motivo: quando isso
acontecer, ele vai ser tão complexo que vai deixar de ser bom de usar.
Eu quero poder não depender de um computador por inteiro, quero poder
usar um tablet em viagens, quero poder usar um tablet por poucos dias
quando o computador estraga, mas é tolice achar que um tablet tem toda a
versatilidade de um notebook.

O iOS não precisa ser um outro Android.

O iPhone não é o melhor smartphone, nem o mais poderoso, nem o mais
barato, nem o mais caro. É o mais conveninente. A interface é simples, a
App Store estimula o desenvolvimento de apps pagos (e os leitores já
sabem o que penso sobre isso) , sincroniza automaticamente com PC,
OS X ou pela web (via iCloud), e como todos os programas são testados e
aprovados pela Apple, o risco de vírus e outros malware é virtualmente
nulo. Sem contar que existe apenas um fabricante, o que padroniza a
solução de problemas.

Quando você paga caro por um iPhone (ou qualquer produto Apple) você
está pagando pelo preço desse controle. Está pagando por poder comprar
algo que precisa de configuração míninma. Uma das grandes qualidades dos
prodtos da marca, para mim, é esse acoplamento hardware-software. Tudo é
otimizado.

Se você quer um sistema mais aberto, com muito mais recursos, mais fácil
de ser modificado, com mais opções de fabricantes (e preços), você quer
um Android.

Eu nunca usei um Android, mas pelo que vejo os outros usarem, ele me
parece excelente. Faz tempo que a competição entre o robô do Google e o
iOS deixou de ser por features e passou a ser por tipos de usuários.
Pessoas que gostam de muitos recursos e boa flexibilidade contra pessoas
que gostam de algo mais fechado e pronto, com um mercado de apps mais
estabelecido (e que, sejamos francos, também gostam de parecer cool,
muitas vezes).

Quem não está satisfeito pode trocar a qualquer momento.

Sim, o iOS precisa de um futuro.

Ele pode ser mais avançado (não vejo nada de errado em um controle para
ligar e desligar rápido o WiFi, ouviu, Apple?), poderia ter uma maneira
de testar apps antes de comprar, poderia ter um mecanismo de busca mais
poderoso (já que nada disso atrapalha a usabilidade). Mas ele não
precisa ser mágico.

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Uma internet melhor

Paul Miller escreveu uma matéria maravilhosa no The Verge sobre o
ano em passou completamente desconectado. Um ano em que ele queria usar
o tempo para fazer outras coisas, ser mais produtivo, interagir mais com
os amigos, sem se preocupar em acompanhar a linha do tempo do Twitter.

Um ano horrível, nas suas próprias palavras.

O relato de Paul, junto com sua outra análise e com a entrevista
para a Folha de São Paulo
, reforça aquilo que muitos sabem: o
problema não é a internet, mas sim como a usamos. Nós é que tornamos a
internet como ela é
.

Não é preciso muito para acessar a internet. Um roteador, um computador
com placa de rede e uma conta em algum provedor (junto com muita
paciência, se for no Brasil). Com apenas isso, você pode passar a manhã
no 9Gag, ver vídeos de pegadinhas no YouTube, pesquisar sobre a próxima
viagem, comprar um livro (ou qualquer coisa útil), ver pornografia ou
fundar uma startup. É a sua escolha.

Não estamos mais online apenas para “surfar na internet” (quem inventou
essa xpressão horrível?). Estar online não é algo trivial. O Facebook,
por exemplo, é das ferramentas mais complexas já criadas. É tudo
onipresente. Você simplesmente parte do pressuposto que a outra pessoa
também está lá, quando quer adicionar alguém. Além disso, o Facebook
está te espionando, mostrando anúncions baseado no que você curte (e
visita fora do próprio site), e ainda assim ninguém quer parar de
usá-lo. Novamente, tudo se resume a uma questão de fazer escolhas. Você
pode manter contato com os amigos que conheceu na Europa, rir da Clarice
Lispector, curtir as fotos no Instagram #love #happy #nofilter,
divulgar o seu blog (e ouvir muitos comentários positivos e alguns
negativos), procurar fotos de biquíni daquela garota ou conversar com
aquela, outra, bem mais interessante (que também pode ter fotos de
biquíni, por que não?).

Todos gostamos de ver fotos engraçadas ou vídeos divertidos, mas quanto
tempo você está gastando com isso? E o que o Twitter, com seu fluxo de
notícias sem nexo e pensamentos absolutamente inúteis, está
acrescentando? E aquela lista imensa de blogs nos seus favoritos ou em
RSS, você está lendo apenas para se manter atualizado ou está absorvendo
alguma coisa de útil?

Vou além: se você tem algo a dizer ou mostrar, faça-o. É possível criar
um blog de graça (embora você já saiba o que penso da qualidade de
produtos grátis
). Até uma página no Facebook pode servir para seus
propósitos (apenas leve em conta que, assim como já passamos pela febre
de MySpace e Orkut, o Facebook também vai acabar nessa década. Quanto
você está pagando para sustentar o Facebook, mesmo?). Coloque seu foto
no Flickr, seu vídeo no Vimeo, … Consuma menos e crie mais.

Se nós estamos destruindo a internet, é hora de tentar melhorá-la.