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Por que substituí o Spotify pelo Google Play Music

Se você me visitar em minha mesa de trabalho, provavelmente vai me encontrar com um fone de ouvido escutando a algum tipo de música instrumental, pelo simples fato de que eu não consigo trabalhar sem música. Escutar a compositores clássicos ou a faixas mais eletrônicas ou meditativas serve como um sinal para meu cérebro de que é hora de engajar em trabalho profundo e ajuda a me isolar de conversas e ruídos de máquinas (fundamental se você passa os dias em um laboratório).

Até o final do ano de 2016, minha escolha para isso era o Spotify, em parte graças à sua extensa coleção de playlists de “foco” (as minhas preferidas estão descritas no link anterior) e de outros gêneros — no Spotify, as playlists são “cidadãs de primeira classe” (como diriam os programadores) e descobrir e escutar seleções interessantes é o grande ponto forte desse serviço.

Mas…

Não me lembro exatamente como descobri isso, mas há alguns meses percebi que o Google tinha o seu próprio serviço de streaming de música, o Google Play Music, e que ele tinha um recurso muito interessante: você pode fazer upload das músicas que você tem em mp3 no seu computador e importar músicas do iTunes (o que chamou muito a atenção para mim, que ainda era usuário Mac). Os álbuns que eu tinha digitalizado (da minha época adolescente de comprar CDs físicos) ou comprado via iTunes Stores podiam fazer parte da minha biblioteca, juntamente com o próprio acervo do Play Music, e eu podia escutar a todas essas músicas indiferentemente no computador ou no meu smartphone Android.

Na época, fiquei muito interessado, mas ao mesmo decepcionado com as playlists do Play Music. O que era tão fácil e presente no Spotify parecia que estava escondido na interface nada amigável do serviço do Google (“Como assim não há dezenas de playlists de música clássica para eu escolher?”). Depois do mês de teste, abandonei o serviço; continuei com o aplicativo instalado no celular para ouvir a alguns álbuns que eu tinha já adicionado e que não estavam no acervo ao Spotify (felizmente, você não precisa assinar a versão paga do Play Music para escutar as suas próprias músicas, até certo limite) .

Esse ponto negativo perdeu muito de importância no final do ano passado, quando o Spotify anunciou os seus []novos termos de uso, que seguem a tendência de todas as start-ups e empresas baseadas na web de ficarem cada vez mais assustadores e sedentos de informação pessoal. Eu normalmente não me importo com isso (e sei que estamos trocando privacidade por conforto), mas achei que uma explícita menção a uma “quebra de sigilo bancário” era um pouco demais, mesmo que não tenha validade legal nenhuma.

E é por isso que desde o começo do ano tenho usado o Google Play Music como meu único serviço de música por streaming. Como já falei, o recurso de permitir upload das suas próprias músicas é um grande diferencial, e encontrei um substituto muito interessante das playlists (embora elas existam no Play Music): as rádios de artistas e álbuns.

De tanto escutar a música para foco no Spotify, já conheço alguns artistas e álbuns interessantes, em particular de trilhas sonoras de filmes. Ao selecionar um álbum no Play Music, você pode escutar a uma “estação de rádio” apenas com músicas e artistas relacionados ao álbum em questão, e você ainda pode dizer se gostou ou não de cada faixa que estiver escutando (imagino que, se não agora, isso vai alimentar algum mecanismo de inteligência artificial para lhe mostrar apenas o que você vai gostar, bem do jeito Google de ser). Aqui vão algumas sugestões:

Uma última dica: uma grande desvantagem do serviço do Google são os apps: o aplicativo para Android tem uma navegação um tanto confusa (mas funciona bem) e não existe programa oficial para desktop, mas o Google Play Music Desktop Player tem sido muito usado, principalmente por permitir usar as teclas de Play/Pause e de volume que alguns teclados possuem. Recomendo!

Por Fábio Fortkamp

Pai do João Pedro, Marido da Maria Elisa, Professor do Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade do Estado de Santa Catarina, católico devoto, nerd

4 respostas em “Por que substituí o Spotify pelo Google Play Music”

Oi Fábio, acompanho o site já faz um tempo e gosto bastante dos assuntos que você trás. Parabéns.
~~
Eu fiz esta troca desde o início do ano passado. O aplicativo do Spotify pesava muito no meu notebook e comecei a dar preferência para aplicativos online.
E o que foi mais decisivo na troca: na época, o Play Music era mais barato (não como estão os preços hoje).

Juliano, obrigado pelo seu comentário. Pelo que vejo em blogs e no Twitter, muita gente vem fazendo essa troca por vários motivos. O seu ponto é válido e em computadores mais antigos acho que abrir o Spotify é receita para ouvir aquele barulho das ventoinhas a todo vapor… Outra fonte de reclamações são os problemas de assinatura quando se viaja muito para outros países (e o problema muitas vezes persiste quando se volta ao Brasil!).

Em relação ao preço, acho que está mais ou menos equivalente agora, mas não tenho certeza.

E obrigado também por ser um leitor fiel! Agradeceria muito se você pudesse indicar o blog e compartilhar seus posts preferidos aos seus amigos e conhecidos; meu objetivo é ajudar outras pessoas com essas dicas que posto aqui.

Nunca cheguei a usar o Spotify direito, sempre fui usuário do G Play Music, mas ai fiz uma assinatura no Spotify que era promoção de R$0,99 3 meses, uau! Gostei do app em si, porém me senti um pouco perdido como eu já estava acostumado com o clássico estilo de interface do Play Music. Porém depois dos 3 meses o app começou a cobrar até mais caro que o Play Music que não altera seu preço atual a um bom tempo.

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