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Estudando para concursos de Professor Universitário (sem ter muito tempo, já que já sou Professor Universitário)

O título ridiculamente longo expõe um problema complexo e que muitos doutores enfrentam: como ter tempo para estudar para um concurso de Professor Efetivo de Ensino Superior, enquanto você já é Professor ou Professora (em alguma posição ou universidade da qual você queira ou precise sair por motivos de contrato) e dá muitas aulas e tem todos os compromissos relacionados.

Eu nunca fui aprovado em um concurso para professor efetivo, então não tenho uma receita do sucesso, mas só quero compartilhar como eu estou fazendo: tentar mesclar a rotina de estudo e de preparação de aulas ao máximo.

Por exemplo: enquanto escrevo isto, amanhã tenho de ministrar uma aula de Refrigeração sobre o assunto de trocadores de calor. Estou incrito em um concurso onde o tópico “trocadores de calor” não está presente, mas onde “escoamento em tubos”, uma parte importante de entender o funcionamento de trocadores de calor, é um dos pontos da prova escrita. Então, em vez de simplesmente preparar um PowerPoint para a aula, posso aproveitar para revisar o livro-texto apropriado e me aprofundar mais na teoria e na matemática, mesmo que isso não seja necessário para a aula em si. Com isso, a minha aula fica mais completa e bastante back to basics (na minha experiência, nunca é demais tomar os minutos iniciais para revisar o “básico”…). O estudo alimenta a preparação de aulas. A cada aula, eu reflito: o que posso estudar que vai me ajudar?

O processo é reversível: ao preparar uma aula sem pensar explicitamente nos concursos, eu me dou conta de aplicações de alguns dos pontos, ou encontro uma nova maneira de falar isso em uma Prova Didática; ao ministrar as aulas, eu percebo as dificuldades comuns. Todas essas impressões são anotadas no meu BuJo.

Professores que lêem este blog: como foi/é a preparação de vocês para concursos?

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Meu setup no Todoist: lista de estudos

Na sua teoria de fluxo, Mihaly Csikszentmihalyi fala que um dos fatores que fazem as pessoas encontrarem prazer no seu trabalho (sem se tornar workaholic) é adicionar variedade: você nunca fica entediado, ao mesmo tempo em que não têm uma atividade âncora na qual pode ficar viciado e não querer/conseguir fazer mais nada.

Ontem, falei de como ordeno minhas tarefas no Todoist para colocar as mais antigas no topo da lista. Aqui está a minha lista de tópicos a estudar, tanto para me preparar para concursos quanto para reforçar assuntos que preciso passar aos alunos:

A prioridade hoje parece resolver exercícios de Mecânica dos Fluidos – e repare como eu coloco etiquetas de assuntos (com cores diferentes) para identificar qual é o tópico da vez, e também para garantir a variedade de que falei: há tarefas de ler, e tarefas de resolver exercícios; há tarefas de várias áreas diferentes, que referenciam livros diferentes. Todo dia, quanto sento para estudar, há um desafio novo. Como professor de 5 disciplinas diferentes, isso me ajuda a ver conexões entre os tópicos.

Após resolver os dois exercícios no topo da lista, e tentando ser o mais específico na hora de resolver, imaginando como explicaria isso para algum aluno, eu decidi que está na hora de passar para uma próxima seção; então adiciono uma nova tarefa nessa lista – mas, por causa da ordenação, a nova tarefa foi para a parte de baixo deste projeto:

Assim, na próxima vez em que for estudar, vou descansar a cabeça de Mecânica dos Fluidos e me dedicar um pouco à Transferência de Calor. Na vez seguinte, vou estudar Termodinâmica. Eu nunca estou entediado e nunca hiper-especializado em um assunto apenas; quando chegar a vez de fazer algum concurso, eu não vou estar muito adiantado em um tópico e completamente atrasado em outro.

Eu roubei essa ideia em partes dos ótimos textos da Thais Godinho sobre ciclos de estudos. Espero que isso ajude a leitora a encontrar mais motivação e prazer ao estudar.