O mês de março foi uma pequena loucura.
Tudo estava indo razoavelmente bem, depois de várias reflexões sobre foco – mas no final do mês, uma combinação de doenças (leves, mas que requisitaram cuidados), eventos grandes familiares, e recomeço do semestre letivo (e tudo acontecendo ao mesmo tempo agora) quase me tirou do eixo; eu senti que não estava dando conta. Felizmente, tudo voltou a uma rotina razoavelmente tranquila.
Para continuar seguindo os dias fazendo o essencial, eu resolvi experimentar o app Sunsama, por recomedação do canal Keep Productive.
Este app puxa tarefas do Todoist (e outros serviços) e eventos das suas diversas contas de calendário) e permite a você reordenar, priorizar, e distribuir ao longo do dia. O Sunsama tem um modo de planejamento que estimula você a pensar, entre as milhares de tarefas do Todoist, quais são realmente importantes; você também pode estimar quanto tempo cada tarefa leva, e depois conferir com o tempo real (há um timer que você pode acionar quando começa a trabalhar em algo). Ainda estou refletindo se vale o preço, depois de testar por um período grátis.
Além de ter um aplicativo mais poderoso para ajudar a planejar o dia, também tenho tentado seguir com minhas rotinas básicas: meditação, escrever no diário, fazer um pouco de exercício todo dia.
Parte da loucura e da angústia era também por causa do meu laptop, um MacBook Pro 2017 de 13 polegadas, que está começando a dar sinais de velhice e cuja bateria falhou de vez. Como vou fazer para dar aulas, agora presenciais? Desde o começo do ano estou perdendo o sono, pensando se compro outro MacBook, se compro outro computador mais barato, ou se mando consertar a bateria. Em março, eu finalmente levei para fazer um orçamento para troca da bateria – e o preço era duas vezes mais absurdo que o absurdo original que eu estava esperando. Foi a gota d’água; nessa inflação, eu me recuso a gastar esse dinheiro com apenas a bateria. Pelo mesmo preço, eu comprei um computador novo em folha, mais poderoso que o meu antigo:

Este é um Samsung Book i7, 8GB de RAM, 256 GB de SSD. Está me servindo perfeitamente. Para alguém que estava usando exclusivamente macOS há 2 anos (e que antes disso estava usando Macs e PCs de maneira paralela por uns 3 anos), voltar a usar Windows, mas agora numa versão (11) que nunca tinha usado, foi uma variação interessante.

Sinceramente, um dos motivos que me levou a querer voltar para Windows foi justamente a questão do foco. Com esse jeitão meio corporativo, o laptop me convida a sentar e preparar aulas e é isso. Com macOS, eu percebia que às vezes estava mais interessado em automatizar a preparação de aulas, e acabava esquecendo o objetivo final. Talvez seja o efeito psicológico de que, durante todo o meu doutorado e pós-doutorado, eu estava usando Windows para “atividades acadêmicas”, então o meu “cérebro acadêmico” automaticamente se sente em casa no Windows.
E claro, não vamos nos esquecer das portas:

O verdadeiro teste vai ver como essa máquina se comporta de maneira portátil, indo da minha sala para as salas de aula e de volta, e se vou aguentar transportar os 1,6 kg todo dia por aí – no final de abril volto a reportar. Com o perdão da analogia barata, comprar um notebook poderoso e pesado assim me tirou um peso emocional – o problema de ter um laptop funcional para começar um novo semestre, e com aulas presenciais, está resolvido. Em uma aula de Transferência de Calor, usei justamente um vídeo que assisti quando estava pesquisando para comprar o laptop como exemplo do problema de resfriamento de componentes eletrônicos.
O grande desafio de abril será justamente esse – será que sei dar aulas numa sala de aula ainda? Como vou balancear usar um laptop com escrever e desenhar livremente num quadro-negro? Para os meus leitores e leitoras que ainda têm ou dão aula – o que vocês preferem, slides ou “cuspe-e-giz”? Vamos conversar aqui nos comentários!