Em Fator de Enriquecimento, Paulo Vieira fala que um dos segredos para a riqueza é dedicar uma hora por dia, seis dias por semana, ao estudo, ao aprimoramento do seu trabalho. Com o tempo, isso leva a um grande desenvolvimento de suas habilidades, até um ponto em que você pode trocá-las por melhores salários.
Apesar de ter muitas ressalvas em relação a esse livro, essa ideia é seu o melhor ensinamento, e tenho tentado ficar mais atento a como melhorar minhas atividades. As teorias de sistemas enxutos (lean) também se baseiam no conceito de Kaizen: se algo está errado, precisa ser imediatamente consertado — a melhoria contínua.
Para melhorar meus processos de trabalho, o primeiro passo é simplesmente ficar mais atento a eles; esse post é uma maneira de documentar meu processo para editar minha Tese de Doutorado, junto com indicações de melhorias de processo. Enfatizo o verbo editar, e não apenas escrever, porque o que vou descrever aqui se aplica a essa situação específica: eu já tenho um manuscrito completo, tenho arquivos de referência com alterações dos meus orientadores, e preciso então mudar algumas frases e imagens da minha Tese.
O primeiro passo, aparentemente trivial, é sentar na minha mesa, com uma versão impressa e corrigida da Tese ao lado. Gosto de sentar de maneira bem confortável, com um caderno para anotações sempre por perto.
Como todo pesquisador que se preze, eu escrevo meus documentos científicos em , que já cobri aqui algumas vezes. O meu editor de texto preferido para
é o Emacs, um programa bastante arcaico e bastante poderoso — mais sobre ele em um minuto. Para visualizar o PDF compilado, no macOS a melhor opção para integração com Emacs é o Skim. Para tornar esse início de processo o mais consistente e eficiente possível, eu criei um fluxo de trabalho no Alfred que, com um comando, executa os seguintes passos:
- Abre um terminal de comando
- Muda o diretório atual para a pasta com a minha Tese
- Baixa a versão mais recente do repositório da minha Tese no GitHub
- Abre o Emacs no arquivo
.tex
em que estou trabalhando, a abre o Skim do lado:
(Sim, claro que estou usando Palatino).
O principal recurso que me interessa no Skim é que posso manter o PDF aberto no Skim de um lado da tela, trabalhar no Emacs de outro, e ao re-compilar o documento o PDF é automaticamente atualizado:
A razão de, com tantos editores mais “modernos” disponíveis, eu ainda continuar usando o Emacs é que, especialmente com o pacote AUCTeX, esse programa sinceramente faz um pouco de mágica. Veja no video a seguir como, quando eu quero inserir uma referência, com um comando eu posso procurar por palavras chaves e o Emacs me mostra as opções lindamente formatadas:
Quanto a minha configuração do Emacs, ela está no GitHub para os aventureiros; se for do desejo dos leitores, posso falar mais sobre esse editor aqui no blog (deixem comentários!). Um detalhe que quero abordar é em relação ao tema de cores, já que ter um ambiente confortável para se trabalhar faz parte da melhoria contínua. Depois de muito tempo usando temas de fundo escuro, nas últimas semanas estou muito satisfeito com o Leuven, que tem essas cores bem interessantes (a minha parte preferida é a barra azulzinha embaixo). E para todas as coisas que envolvem programação, a minha fonte preferida é a DejaVu Sans Mono.
E o leitor, que achou do meu processo? Tem alguma dúvida? Deixem nos comentários!
3 respostas em “Como edito minha Tese de Doutorado de maneira eficiente”
[…] se propagaram: depois daquilo, eu me casei, terminei de escrever uma Tese de Doutorado (atualmente em edição), consegui ser aprovado no Programa de Talentos para Inovação, tudo isso enquanto curto a vida de […]
[…] a redação da minha […]
[…] os arquivos de LaTeX no Emacs e os programas em Python no Visual Studio […]