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Integridade acadêmica é coisa séria

Como professor recém-retornado às aulas presenciais, eu vejo constantemente alunos e alunas olhando o celular nas aulas. Eu acho ruim, mas não me ofendo. Eu estou lá na frente falando, e não posso forçar ninguém a aprender.

Durante o período de aulas remotas, até pegar bem a melhor maneira de avaliar, também apliquei “provas” online, com questionários cronometrados e questões misturadas, mas eu sabia que os alunos estavam trocando informações pelo WhatsApp (alguns até tiveram coragem de confirmar – anonimamente). Novamente: eu não concordo, mas não posso fazer muita coisa, a não ser utilizar maneiras mais inteligentes de avaliação.

Como professor, eu coloco alunos em primeiro lugar. Recentemente, atendi um aluno sobre uma questão de seu TCC, com o detalhe de que ele não era meu orientando e o trabalho não era da minha área. Como falei, eu procuro ao máximo auxiliar meus estudantes. Eu proporciono horários de atendimento, atendo fora desses horários, não me importo de negociar prazos para entregas de trabalhos, e procuro criar tarefas que realmente estimulem a criatividade e o pensamento analítico, sem a pressa de realizar uma prova.

É por tudo isso que eu tenho tolerância zero para plágios de trabalhos.

Todo semestre eu preciso me estressar com isso, então aqui vai um recado para todos os estudantes que lêem esse blog: copiar um trabalho de outra pessoa e colocar o seu nome é um crime.

Pessoalmente, eu não me importo que alunos e alunas discutam entre si as dificuldades e procedimentos para resolver os trabalhos. Honestamente, acho que, se fizerem isso e depois sentarem para escrever a sua versão, aprenderão bastante. É assim que artigos científicos são escritos. Mas você deve consultar o seu professor para verificar se ele ou ela estão OK com isso.

Mas o que eu não posso admitir é ter de ler 2 trabalhos, com parágrafos e mais parágrafos em comum, figuras idênticas, mas com nomes diferentes. A cereja do bolo: essas pessoas copiam trabalhos de um semestre anterior, não percebem as mudanças que ocorrem entre os enunciados de lá e do presente trabalho, e então entregam um plágio de um trabalho que não foi pedido. Nota zero, automaticamente.

Eu certamente não ajudo esse tipo de estudante em nada ao ter uma memória de elefante e uma cópia organizada de todos os trabalhos já recebidos por mim.

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Por Fábio Fortkamp

Pai do João Pedro, Marido da Maria Elisa, Professor do Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade do Estado de Santa Catarina, católico devoto, nerd

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