Na passagem de janeiro para fevereiro deste ano, eu publiquei um post de revisão e planejamento, mostrando como fora o meu primeiro mês desse ano e como planejava passar o segundo. O plano era repetir esses textos todos os meses; mas então o semestre letivo começou, e todos os planos lindamente concebidos à base de água de coco na beira da praia foram esquecidos em um tempo curto demais.
Reler textos antigos deste blog sempre me assustam pela repetição aparentemente eterna dos mesmos problemas. Há 9 meses eu constatava como minha relação com minha esposa, geralmente maravilhosa, ficava estremecida quando eu deixava o estresse de não cumprir metas se sobressair sobre coisas positivas da minha vida; isso ainda é verdade. Em fevereiro, eu reclamava de como não conseguia conciliar ambição e paternidade; isso ainda é muito verdade.
Mas enfim, a primavera chegou, a Thais Godinho continua me inspirando, a Laura Vanderkam fica me lembrando de que ainda dá tempo de fazer o ano render, e aqui vai uma nova tentativa de refletir sobre a passagem dos meses. Talvez não por acaso, estou escrevendo isso novamente numa casa de praia.

Neste mês, justamente para evitar estresse de colocar metas demais, eu tentei pôr os pés no chão e listar o que realmente precisa ser feito:
- há uma série de avaliações a preparar, e não há o que fazer; eu preciso testar os meus alunos para verificar a sua aprendizagem, e tenho como princípio básico evitar ao máximo repetir avaliações para valorizar o meu trabalho e o esforço dos estudantes;
- há feriados e dias não-letivos, então há aulas e atividades assíncronas que precisam ser distribuídas;
- há alguns assuntos que eu simplesmente não domino o suficiente para ministrar em um curso de alta qualidade (como é o meu caso privilegiado como professor), e novamente, como princípio, eu valorizo estar muito bem preparado; esses assuntos precisam ser revisados e estudados.
Se eu chegar ao fim de outubro e perceber que eu dei o meu melhor na minha função de professor, e melhorei as minhas aulas um pouco em relação ao semestre passado; estarei satisfeito (ou assim me iludo por enquanto).
Ao examinar com calma o calendário do mês, eu percebi que há semanas onde as aulas previstas são todas bem dominadas e que vão exigir menos trabalho. São nesses dias em que eu pretendo atacar os projetos extras listados no meu caderno acima: produzir uma Revisão Bibliográfica para um paper que estou escrevendo; voltar a estudar para concursos de professor efetivo e usar este blog como espaço de prática; e resolver algumas pendências financeiras.
Vocês podem me fazer um favor e torcer para eu conseguir cumprir isso sem me estressar muito?
Uma resposta em “Meu planejamento do mês de outubro de 2021 – ou, como planejo me estressar menos com planejamentos”
Colocar os pés no chão ao traçar metas é uma das maiores dificuldades que temos ao pensarmos em produtividade. Ter gatilhos para parar e respirar e estabelecer círculos de controle (https://www.amazon.com.br/Jeito-Harvard-Ser-Feliz/dp/8502180266/) quando o mundo (na verdade, nosso planejamento demasiadamente ambiocoso) parece desmoronar.
Aprendi com uma antiga chefe a colocar sempre o dobro de prazo do que achamos necessário para determinada tarefa, a fim de evitar essa sobrecarga. Nem sempre me lembro e o resultado nessas horas é sempre negativo.
Boa sorte no próximo PDCA!