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A Curva da Libertação

Há muitos meses, tenho me dedicado a estudar os Salmos mais profundamente, com o auxílio de Salmos para a Vida, de Inácio Larrañaga. Além de apontar diversos Salmos sobre diferentes temas, o autor traz ideias religiosas que provocam muita reflexão.

Há um capítulo sobre o exercício do Abandono: a oração em que nos entregamos totalmente a Deus. “Eu já fiz a minha parte; agora é Contigo”. Esse exercício revela um fato: os momentos de maior presença de Deus são os momentos de maior desespero; Deus aparece no seu máximo poder quando nós estamos no nosso mínimo poder.

Como engenheiro, não posso deixar de exprimir isso numa curva simples mas significativa:

Incontáveis vezes já passei por isso. Quando fiz as Oficinas de Oração e Vida pela primeira vez, os exercícios de Abandono foram o que me ajudaram a superar a morte da minha avó. Foi só percebendo que não havia nada que eu pudesse fazer que eu entrei na parte descendente dessa curva.

Não é escapismo, é fazer o que se pode fazer, e então parar. Um exemplo recente e pessoal: estou com um problema de cadastro das disciplinas que ministro para o semestre que vem, e pode ser que eu não pegue essa turma. Isso implica em redução de salário, o que sem dúvida é ruim. O que posso fazer? Já falei com meu Chefe, com o pessoal de suporte aos sistemas acadêmicos, já conferi o cadastro que eu mesmo fiz. Agora não tenho mais nada a fazer, a não ser esperar e ver como vai ser resolvido. Se ficar com a discipina, ótimo; se não, vou dar um jeito, sem necessidade de desespero.

Um fato: esse estado de espírito para o Abandono é vacilante, e não podemos nos angustiar com isso. Ora temos medo, ora confiamos totalmente em Deus. Aceitemos em paz.

Principalmente para os mais ansiosos como eu, é muito comum que a angústia entre numa curva ascendente. É possível antecipar o pico e começar a se sentir melhor com um exercício de oração. Se o leitor está se sentindo muito ansioso com algo, experimente esse exercício: pegue um caderno, respire fundo, faça o sinal-da-cruz, e escreva uma carta para Deus sobre tudo que está acontecendo na sua vida. Conte dos seus problemas, revise o que você já fez, e peça ajuda.

Depois venha contar aqui o quão bem você dormiu.

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Por Fábio Fortkamp

Pai do João Pedro, Marido da Maria Elisa, Professor do Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade do Estado de Santa Catarina, católico devoto, nerd

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