Eu sou daquela geração de millenials que sabe que o mundo ainda não é 100% digital, e que não acha um absurdo quando um lugar não aceita cartão de débito ou crédito. Um exemplo é minha terapeuta; sempre que tenho uma consulta, tenho de ir até um caixa eletrônico sacar a quantia a ser paga pela sessão.
“Que atraso de vida! Por que você não faz transferência pelo app do banco ou usa um desses Picpay da vida?”, perguntaria um dos meus primos mais novos.
Porque caminhar até o caixa eletrônico para mim não é mais uma perda de tempo, mas parte essencial da minha rotina, graças a esse aparelho mágico:

O Fitbit Charge 2 foi um presente que me dei quando estive em Darmstadt, e tem sido um incrível acessório para me tornar mais ativo. Esse pequeno relógio não chega a ser um smartwatch, e na verdade era exatamente isso que queria; além de ser um terço do preço de um Apple Watch ou similar, eu não quero nada que fique me notificando de nada — o Charge 2 até pode notificar de mensagens (tradicionais, via SMS) ou chamadas, mas eu logo desabilitei isso. O que eu queria era um dispositivo que me permitisse facilmente (1) contar os passos e (2) medir os batimentos cardíacos, e (3) que me mostrasse isso de maneira clara.
Eu já não era uma pessoa sedentária, e usar o Charge 2 não me fez emagrecer; a grande mudança foi me fazer valorizar as pequenas caminhadas, para sempre tentar cumprir a meta de 10 000 passos por dia. Ou me fazer sempre pegar a escada, para cumprir a meta de subir 10 andares por dia. Ou não negligenciar a musculação ou a corrida, para ter um calendário recheado de exercícios.
Agora (mais do que nunca) eu faço questão de inserir pequenas caminhadas no meio dia, muitas vezes aproveitando para fazer alguma pequena volta, como o exemplo do caixa eletrônico no início do post. O Charge 2 também me notifica para levantar periodicamente, e é a desculpa perfeita para me alongar um pouco ou buscar uma água.
Por último, tenho usado muito a função de monitoramento do sono; uso o relógio (ajustado de maneira bem folgada) durante a noite, e ele me acordo com uma leve vibração, o que é muito mais agradável do que um som repentino dos despertadores tradicionais. Como um bônus, o relógio traça um histórico dos meus batimentos durante o sono e consigo ver como foi minha noite.
Infelizmente, esse dispositivo não está disponível no Brasil, mas existem similares. Se a leitora tem condições financeiras, ou se o leitor é afortunado e está querendo algo para a lista de Natal que pode melhorar a saúde em 2019, recomendo!
Uma resposta em “Repensando tempo perdido com Fitbit Charge 2”
[…] um Fitbit Charge 2 e ver minha vida mudar com ele. Repensar tempo […]